Serial Killer de gays guardava fotos e cabelos de suas vítimas

Redação Lado A 07 de Fevereiro, 2019 16h19m

Bruce McArthur, um serial killer de 67 anos, acusado de matar pelo menos oito homossexuais no Canadá foi preso em janeiro do ano passado. No dia 04 de fevereiro, ele teve uma audiência em Toronto durante a qual confessou os crimes. Além disso, a investigação apontou que McArthur tirava fotos de suas vítimas mortas em diversas poses.

Durante as investigações, as imagens foram encontradas dentro de dispositivo USB do serial killer. Os arquivos continham imagens de suas oito vítimas em diversas poses simuladas pelo criminoso. Os homens mortos eram colocados envoltos em casados de pele, com chapéus e charutos para que McArthur os fotografasse. Além disso, McArthur chegou até a barbear as vítimas antes de fazer as fotos e capturou os retratos dos mortos de olhos abertos.

No momento de sua prisão no ano passado, o criminoso estava mantendo sob cárcere um outro homem que seria a sua próxima vítima. O homem foi encontrado amarrado em condições desumanas aos pés de uma cama dentro da casa de McArthur. O criminoso não resistiu à prisão, mas a investigação continuou atrás de mais elementos dos crimes.

McArthur é responsável pelas mortes de Kirushna Kanagaratnam, Andrew Kinsman, Selim Esen, Majeed Kayhan, Soroush Mahmudi, Dean Lisowick, Abdulbasir Faisi e Skandaraj Navaratnam. Todas essas vítimas eram frequentadores da Gay Village, um bairro de Toronto conhecido pelos moradores e frequentadores LGBT. Antes de McArthur ser descoberto, as vítimas foram consideradas como desaparecidas. Elas sumiram entre os anos de 2010 e 2017.

Investigação

Os crimes de Bruce McArthur desencadearam uma das maiores investigações criminais do Canadá. Além das fotos encontradas no dispositivo USB de Bruce, o criminoso mantinha oito pastas com informações sobre as vítimas. A nona pasta, que armazenaria fotos e arquivos sobre o homem que seria a próxima vítima, já estava pronta nos eletrônicos de Bruce.

A polícia descobriu que os homens eram atraídos através de aplicativos de relacionamentos. Outros, Bruce conheceu no bairro gay e os convidou até sua casa. A investigação apontou ainda que o cenário dos crimes era no quarto da casa de Bruce. O homem ainda mantinha objetos das vítimas bem como mechas de cabelo que ele tirava delas depois de matá-las.

Bruce McArthur era jardineiro e escondia partes dos corpos das vítimas nos jardins de seus clientes. Ele alegava que precisava de um espaço para guardar suas ferramentas, em troca, faria a manutenção dos jardins. Nessa oportunidade ele enterrada sob plantas e dentro de vasos os restos mortais dos homens que matava.

Devido a esses procedimentos do serial killer, a polícia precisou investigar dezenas de casas. A vizinhança nunca chegou a desconfiar do criminoso, que frequentava os comércios da região normalmente. Além disso, suas vítimas eram todas de ascendência asiática ou do Oriente Médio. Por serem cidadãos que viviam marginalizados, seus desaparecimentos demoraram a levantar suspeitas da polícia e da população.

McArthur confessou seus crimes no tribunal no dia 4 de fevereiro. A pena mínima é de 25 anos de reclusão, o que poderá resultar em prisão perpétua. Somente após cumprir os 25 anos Bruce poderá solicitar recurso de sua pena, e até lá ele já estará com 92 anos.

O serial killer

Em 1973 McArthur começou a trabalhar em um prédio na região central de Toronto. Perto dali começava a formação da região que hoje é conhecida como vila gay da cidade. Casado e pai de dois filhos, Bruce seguiu uma vida religiosa para evitar ter que lidar com seus sentimentos e desejos homossexuais.

Após se assumir gay, ainda nos anos de 1990, separou-se da esposa por questões financeiras e por não suportar mais viver no casamento heterossexual. Depois desse período, ele começou a frequentar espaços gays e chegou a manter um relacionamento com outro homem durante quatro anos.

Seus crimes começaram no início dos anos 2000. A primeira vítima foi um homem que se prostituía e tinha sido contratado por Bruce. Convidado para o apartamento do rapaz, McArthur tentou matá-lo com golpes de barra de ferro na cabeça. O homem conseguiu chamar a polícia e McArthur foi condenado à prisão domiciliar e vivia vigiado pela polícia. Sobre esse crime, a Justiça considerou laudos psiquiátricos e remédios que Bruce tomava. Assim, o juiz entendeu que a ação dele poderia ser resultado da mistura de medicamentos com substâncias para aumentar a libido.

 

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