Aumentam casos de violência contra mulheres lésbicas e bissexuais, comprova Atlas da Violência 2019

Redação Lado A 13 de Junho, 2019 13h50m

Segundo um novo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), o Atlas da Violência de 2019, os casos de violência contra mulheres lésbicas e bissexuais aumentaram. No geral, todas as mulheres brasileiras estão liderando as estatísticas de vítima de violência. Na maioria dos casos, as mulheres sofrem violência sexual e doméstica, conforme relatou o estudo.

Em meio à vários casos que vitimaram a comunidade LGBT em geral, mulheres dessa comunidade também viraram alvo do preconceito e intolerância. Segundo dados do Atlas, entre os anos de 2015 e 2016, 51,4% das vítimas de violência LGBT eram mulheres lésbicas. Ao mesmo tempo, 8,1% por cento das vítimas eram mulheres bissexuais. Já entre os homens, a porcentagem de vítimas foi de 37,8% gays e 2,7% bissexuais.

O Atlas destacou ainda estados como Minas Gerais e Espírito Santo devido aos altos índices de crimes. Através de dados de ligações no Disque 100, canal do Governo Federal para denúncias, o relatório apresentou que em Minas Gerais o cenário é preocupante. O estado mineiro teve um aumento de 65,3% nas denúncias de lesão corporal contra LGBTs. Já no Espírito Santo, a preocupação é ainda maior. Os Dados apontam que esse estado, entre 2016 e 2017, teve um aumento de 127% nas denúncias.

Dificuldade em encontrar dados

Pela primeira vez o Atlas da Violência reúne dados sobre a violência contra LGBTs no Brasil. No entanto, os pesquisadores apontaram no relatório que existe uma grande dificuldade em gerir esses dados no país. De acordo com os autores do Atlas, o Brasil ainda não tem um mecanismo eficiente para reunir dados e registros sobre a violência contra LGBTs.

De acordo com os pesquisadores, é evidente o aumento, ano após ano, de crimes contra a comunidade LGBT. Por outro lado, a falta de condições de registro bem como a falta de tipificação dos crimes como LGBTfobia, dificultam a análise dos dados. A solução, nesse caso, seria que existissem políticas públicas para, além de garantir acesso a dados reais, desenvolver políticas públicas para a dignidade de LGBTs. Enquanto isso, os pesquisadores enfrentam uma grande dificuldade para realizar pesquisas e demonstrar melhor alguns dados e evidências.

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