Vigilante que assassinou mulher trans em Aracaju cumprirá pena de 19 anos de prisão

Redação Lado A 08 de Julho, 2019 16h33m

COMPARTILHAR

TAGS


O vigilante Adilson Porto Silva Filho foi condenado a 19 anos de prisão pela morte da transexual Denise Rocha Melo. Conhecida como Denise Sollony, a mulher foi morta a tiros em 24 de junho de 2017. Dois anos após o crime, o 2º Tribunal do Júri da Comarca de Aracaju condenou Adilson na última quinta-feira, 4 de julho.

A Justiça entendeu que Adilson Filho cometeu crime de homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. No dia de sua morte, Denise estava acompanhada de seu namorado, Jorge Luiz de Jesus, que também foi baleado mas sobreviveu. Somente em março de 2018 Adilson foi preso para aguardar a sentença, proferida recentemente.

Durante o julgamento que aconteceu no Fórum Gumercindo Bessa, em Sergipe, amigos e familiares de Denise aguardavam por justiça. Ativistas do movimento LGBT+ também estiveram no local. Um dos ativistas, o delegado Mário Leroy, considerou que a pena representa justiça não só para Denise, mas para outros LGBT+ do Brasil que todos os dias são vítimas da LGBTfobia.

Já a defesa de Adilson, assim como seus familiares, esperavam diminuir a pena do acusado. Durante a audiência que o condenou, a defesa alegou que a vítima teria agredido a mãe do vigilante. A argumentação é que esse suposto episódio que teria acontecido em um bar, motivou a ação de Adilson por vingança. Por outro lado, o tribunal considerou as provas levantadas pela Polícia Civil que demonstram a motivação LGBTfóbica do crime.

O caso

Na madrugada de 24 de junho de 2017, a cabeleireira trans Denise Rocha Melo, de 53 anos, foi morta na porta de casa. De acordo com a investigação, dois homens se aproximaram em uma moto e efetuaram vários disparos no portão da casa da vítima. Através da grade, o criminoso apontou a arma para Denise que foi atingida com cinco tiros. Seu namorado, Jorge Luiz de Jesus, que também estava no local, foi atingido mas sobreviveu.

O crime teve a participação de mais um homem, que seria o piloto da moto. No entanto, até a data de julgamento de Adilson, o cúmplice do crime não foi identificado. Durante as investigações, a polícia prendeu um homem que foi considerado suspeito pelo crime, mas foi liberado em seguida por falta de provas.

 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

COMPARTILHAR

TAGS


COMENTÁRIOS