Estudo descarta o “gene gay” mas encontra variáveis genéticas que influenciam a sexualidade

Redação Lado A 30 de Agosto, 2019 15h13m

Um estudo divulgado pela Revista Science demonstrou que não existe um “gene gay”. Antes, a hipótese era de que a sexualidade nos indivíduos era determinada por um gene específico. Por outro lado, a pesquisa demonstrou que ainda há alguns fatores genéticos ligados à sexualidade.

O estudo reuniu mais de 500 mil pessoas que tiveram sua carga genética analisada por pesquisadores europeus e norte-americanos. Os voluntários possuem idades entre 40 a 70 anos e são do Reino Unido e dos EUA.  Após a análise, os pesquisadores encontraram cinco marcadores associados à homossexualidade. Por outro lado, essa carga genética é muito pequena para ser determinante para a sexualidade.

Esse é um dos maiores estudos sobre o assunto. Os pesquisadores apontaram que há pouca variedade de pesquisas sobre sexualidade humana. Além disso, as pesquisas existentes não são tão completas quanto a divulgada pela Revista Science. Por isso, esses estudos não poderiam fornecer uma conclusão específica sobre o assunto.

Apesar de não considerar a sexualidade como algo determinado por um gene, os pesquisadores apontaram outras “influências” para a homossexualidade. De acordo com o estudo, há outros fatores externos na socialização de um indivíduo que definem sua sexualidade. Assim, o estudo demonstrou que a homossexualidade é natural do ser humano, mesmo pouco assegurada pelo fator genético.

Limitações

Para o pesquisador Simon Heath, apesar do tamanho do estudo, a pesquisa apresenta algumas limitações. Os entrevistados foram questionados sobre suas atividades sexuais. Assim, alguns responderam que tiveram ao menos uma relação sexual com pessoas do mesmo sexo. Mesmo com essas afirmações, não é possível determinar a homossexualidade de uma pessoa sem pensar em sua autoafirmação junto com seus dados genéticos e sociais.

Enquanto no Reino Unido o questionário foi objetivo quando aos relacionamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo, nos EUA foi diferente. Os participantes norte americanos poderiam responder apenas se desejassem sobre suas relações homossexuais. Mesmo assim, 19% dos participantes responderam que já se relacionaram com o mesmo sexo. Assim, Heath entendeu que por fatores culturais, pessoas de determinadas regiões estão mais suscetíveis a se permitir diferentes experiências, inclusive homossexuais, mesmo que não se reconheçam dessa forma. O estudo conclui então que o fator determinante para a sexualidade é muito complexo e depende de vários outros que não são apenas genéticos.

 

 

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