O último relatório do Ministério da Saúde sobre a incidência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) no Brasil é preocupante. O relatório mostrou que entre 2010 a 2018, o aumento de casos de sífilis no Brasil estourou. Os números apontam um aumento de mais de 4.000 % no país.
A sífilis é sexualmente transmissível e causada pela bactéria Treponema Pallidum. Além do sexo sem proteção, a infecção pode ser transmitida por transfusão de sangue ou da mãe para o feto durante a gestação. Devido aos diferentes tipos da doença e estágios de infecção, os sintomas também podem se manifestar de formas diferentes. Inicialmente, a sífilis se caracteriza por feridas nos órgãos genitais que, por não causarem dor, podem passar despercebidas. Já em uma segunda fase da infecção, podem aparecer manchas vermelhas na pele. Por fim, na terceira fase, a infecção pode ficar resistente, permanecendo no organismo durante anos e causar nódulos no cérebro que levam à demência e pode ser mortal.
Assim que identificados os sintomas da infecção, é urgente a procura médica. O tratamento é feito com a aplicação do medicamento penicilina benzatina. Se não for tratada, a sífilis pode desencadear problemas no sistema nervoso, audição, visão, coração e ossos. O medicamento para tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS.
Se o quadro de infecções por ISTs no Brasil está preocupante, no restante do mundo não é diferente. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de um milhão de pessoas contraem novas infecções diariamente ao redor do mundo. De acordo com especialistas, esse cenário é resultado da falta de campanhas de prevenção. Além disso, a geração atual, que não viveu a epidemia da Aids em 1980, não dá a devida importância para a prevenção.
Prevenção
Em Curitiba, o trabalho de prevenção é contínuo. O ministério da Saúde escolheu a capital paranaense, dentre outras cidades, para realizar a campanha Sífilis, Não! Em 20 de novembro o assunto foi discutido com o assessor da Diversidade Sexual da Prefeitura de Curitiba, Allan Johan, junto com a enfermeira Lilian Marchiorato. No Paraná, a campanha abrange Curitiba e Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana.
Devido ao aumento do número de infecções por sífilis em Curitiba, a cidade foi escolhida para a campanha do Ministério da Saúde. Para isso, a Assessoria da Diversidade Sexual contribuiu para a elaboração de materiais impressos para alertar a comunidade LGBT+ sobre a doença. Esses materiais também fazem parte do projeto HSH Jovem, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde.