Mesmo com a forte onda conservadora que se instalou no Brasil antes mesmo da campanha presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), o número de casamentos homoafetivos aumentou. É o que aponta um dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que as uniões homoafetivas aumentaram mais de 61,7%.
Os números apontam que em 2017 o número de casamentos homoafetivos foi de 5.887. Já em 2018, o esse dado saltou para 9.520, que corresponde ao aumento de 61,7%. Enquanto isso, os casamentos em geral no civil tiveram uma diminuição de 1,6%.
Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, a maioria dos casamentos homoafetivos no último ano foram entre mulheres. O instituto apontou também que a maioria das uniões homoafetivas desse período foram entre outubro e dezembro de 2018.
O motivo desse cenário de casamentos homoafetivos pode ser o próprio conservadorismo que tanto condena essas relações. O presidente Jair Bolsonaro, durante toda a sua carreira política, atacou duramente as minorias sociais, principalmente a comunidade LGBT+. Em meio às campanhas presidenciais, o então candidato intensificou a perseguição contra LGBTs, mesmo que não tenha dito que proibiria o casamento homoafetivo antes das eleições. No entanto, ainda em outubro de 2018, antes do segundo turno, Jair Bolsonaro assinou um termo do grupo Voto Católico Brasil no qual prometia “combater a ideologia de gênero” e garantir o casamento entre homem e mulher. Assim, para garantir o registros dos casamentos antes da posse de Jair Bolsonaro, muitos casais teriam antecipado as cerimônias.
O casamento homoafetivo é legalizado no Brasil desde 2011. A união garante aos cônjuges os mesmos direitos de casamentos heterossexuais, como pensões pelo INSS e participação em plano de saúde.