O fundador do Grupo Dignidade e da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, registrou boletim de ocorrência na semana passada no Núcleo de Combate aos Cibercrimes, Nuciber, da Polícia Civil do Paraná. Desde 15 de outubro, quando hackers autodenominados neonazistas interromperam um seminário online da Aliança, Reis e outras pessoas da entidade vêm sendo alvo de ameaças e já haviam denunciado em três estados e na Polícia Federal o ocorrido.
No último domingo, após divulgar os resultados das eleições, uma nova ameaça com uma suástica fez com que o ativista procurasse a polícia mais uma vez. A mensagem, enviada via WhatsApps diretamente para Toni, dá a entender que se trata do mesmo grupo. Um guarda-chuvas com uma suástica e uma família heterossexual sob ele com a bandeira do arco íris em cima escorrendo, como sangue. Em seguida pergunta ao ativista se o ifood está “gostozo”.
Durante o seminário, em outubro, os hackers exibiram suásticas, saudações nazistas, e queimaram a bandeira LGBTI+. Três dias após o evento, Toni Reis, recebeu três tentativas de entrega de comida pelo aplicativo iFood. Um entregador ligou para Reis e disse “a senha é J…” citando o grupo hacker. Ao entrar em contato com o restaurante, Reis foi informado das instruções que acompanhavam o pedido feito via internet: “Eu estou sendo ameaçado de morte, para eu ter certeza que é o entregador, bata na porta três vezes e fale a senha ‘J…’”. Outros pedidos foram feitos e o último contato reforça ao citar a empresa de entregas de que se trata do mesmo grupo. No dia seguinte às tentativas de entrega, o ativista registrou boletim de ocorrência os fatos.
Não é a primeira vez que Toni Reis é intimidado ou ameaçado. Por três anos ele foi vítima de um rapaz que chegou a mandar email em seu nome para autoridades com afirmações criminosas e ameaças de morte. O homem foi identificado pela polícia e condenado pela Justiça.