De autoria de Bruno Luperi, neto do dramaturgo Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal, exibida pela Rede Globo no horário nobre das 21 horas, traz cenas de homofobia em seu enredo.
Uma das cenas mais comentadas ultimamente é de um diálogo entre o personagem Tenório, interpretado por Murilo Benício, e a filha Guta, vivida pela atriz Julia Dalavia. Na cena que foi ao ar na segunda-feira, dia 18 de abril, o grileiro Tenório fala sobre o filho do peão Zé Leôncio, personagem de Marcos Palmeira. O filho de Zé Leôncio, Jove (Jesuíta Barbosa), é um rapaz diferente dos demais peões, isto porque representa um homem sensível, gentil e educado, muito diferente dos fazendeiros do convívio de seu pai. Então seus trejeitos delicados e as ideias de que homens podem ser sensíveis levanta murmurinhos entre os peões que exaltam uma masculinidade bruta.
Um dos fazendeiros mais incomodados é Tenório, que não exita em desfilar homofobia. Assim como na versão dos anos de 1990 da novela, o personagem é grosseiro e homofóbico. No entanto, na versão atual da trama, segundo o autor Bruno Luperi, foram realizadas alterações no texto para suavizar a homofobia.
Na versão atual da novela, durante a cena em que Tenório conversa com sua filha Guta, o peão faz comentários homofóbicos. Na cena do dia 18 de abril, Tenório afirma que se tivesse um filho gay o afogaria. O texto de Murilo Benício diz ainda que não aceita o jeito delicado de Jove. Em contrapartida, Guta confronta o pai e questiona o que ele faria se ela fosse lésbica. Esse trecho foi adaptado da versão original, em que o termo sapatona foi usado no lugar de lésbica na época.
Outra característica da nova versão é trazer mais assuntos sobre os LGBTQIA+. Em outra cena, Guta comenta com a mãe sobre os dados de morte de LGBTs no Brasil, o que diferencia a nova versão da antiga nos assuntos sobre diversidade.