Redação Lado A | 27 de Junho, 2022 | 13h26m |
O “kit gay” de Bolsonaro se refere a um projeto criticado por ele em 2011, durante o governo de Dilma Rousseff, em que cartilhas sobre conscientização contra a homofobia seriam entregues a alunos e professores das escolas públicas. O material seria produzido pelo então Ministério dos Direitos Humanos com o apoio da UNESCO, mas sua distribuição foi vetada.
Desde então, Bolsonaro usa o projeto chamado por ele de “kit gay” para espalhar Fake News sobre a diversidade nas escolas e contra partidos de esquerda, principalmente o Partido dos Trabalhadores (PT). Em 2018, quando concorreu às eleições contra o professor Fernando Haddad (PT), Bolsonaro afirmou que haveria uma “doutrinação” nas escolas e que o “kit gay” seria responsável por espalhar “ideologia de gênero” entre as crianças. De acordo com o presidente, se Haddad vencesse, seria uma derrota para nós cristãos e conservadores contrários ao “kit gay”.
Agora, com as pesquisas eleitorais apontando larga vantagem para o ex-presidente Lula, também do PT, Bolsonaro traz novamente à tona as Fake News sobre “kit gay”, mesmo que a mentira já não seja mais novidade, numa atitude que beira ao ridículo.
Em 19 de junho, Bolsonaro postou em suas redes sociais sobre um programa de seu governo. O Programa Conta Pra Mim distribuirá kits de “literatura familiar”, com o objetivo de auxiliar as crianças na alfabetização e estreitar os vínculos familiares.
Em formato parecido com o material contra a homofobia do PT, Bolsonaro aproveitou para criticar o partido adversário afirmando que o seu kit é o mais adequado para crianças, “diferentemente de governos anteriores”, afirmou.
Na tentativa de influenciar ideologicamente sua base eleitoral, Bolsonaro também voltou a criticar o comunismo, principalmente após a eleição de Gustavo Petro na Colômbia. O presidente brasileiro alega que há uma perseguição comunista na América Latina e se coloca inflexível qualquer afinidade com autoridades de esquerda.
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