A Parada da Diversidade de Curitiba e o Carnaval curitibano tem muito em comum com este desenhista e cenógrafo. Gay assumido, ele quer ser vereador da capital paranaense. O militante Márcio Marins, 40, natural do Rio de Janeiro, veio a Curitiba a trabalho e ficou. Trabalho é uma palavra que o resume, sempre atuando na defesa dos Direitos Humanos por meio de uma das ONGs ou conselhos que faz parte. Como carnavalesco, organizou as escolas de samba da cidade e como militante gay reestruturou a Parada da Diversidade. Agora, ele quer representar você na Câmara dos Vereadores. Conheça mais o Márcio, candidato do PSB – Partido Socialista Brasileiro.
Lado A – Como você se assumiu gay?
Desde a adolescência eu percebi a atração afetiva e sexual por ambos os sexos. Aos treze anos resolvi falar sobre o assunto com a minha mãe que sempre esteve ao meu lado apoiando e orientando sobre a violência e discriminação da qual, nós LGBT, somos vítimas cotidianamente.
Lado A – Quais as suas principais propostas como candidato a vereador?
Além de outras propostas na área da cultura, educação, defesa social (segurança) e saúde o mandato estará empenhado nas seguintes proposições:
1. Lutar contra o capitalismo;
2. Garantir a Laicidade do Estado;
3. Enfrentar à pedofilia, à exploração e tráfico de seres humanos;
4. Enfrentar à homofobia, machismo e o racismo;
5. Criar do Conselho Municipal dos Direitos de LGBT;
6. Apoiar às Paradas da Diversidade;
7. Criar da Coordenação ou Gerência Municipal dos direitos de LGBT;
8. Formar através de cursos de capacitação, a guarda municipal, por meio da disciplina de Direitos Humanos, enfatizando a consciência ética do respeito à diversidade humana, a fim de eliminar abordagens violentas;
9. Educação e Escola sem Homofobia;
10. Criar ferramentas para geração de emprego e renda para travestis e transexuais;
11. Fortalecer o Plano Municipal de DST/Aids;
12. Combater à corrupção (transparência nas ações do legislativo e do executivo).
Lado A – Gays devem votar em gays?
Acredito que sim, desde que o (a) candidato (a) tenha experiência com a defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com enfrentamento a violência e discriminação, que seja conhecedor (a) da atual conjuntura das políticas públicas direcionadas para LGBT, e o mais importante, que o (a) candidato (a) saiba de fato qual é o exercício de vereadores e vereadoras.
Lado A – Como deve atuar um vereador gay?
Um vereador (a) LGBT, por princípios, deve legislar baseado no socialismo, na liberdade e o respeito à diversidade humana, comprometido (a) com a transparência e ciente de que o seu mandato (gabinete) pertence a população. Por fim, deve atuar como qualquer vereador (a) heterossexual ou não “teria” que atuar, pela garantia da cidadania plena de todos e todas.
Lado A – Qual a sua qualificação para ser vereador?
Tenho um longo histórico de trabalho político no cenário nacional. Em 1990 iniciei minha trajetória de ativismo social nas áreas da saúde, educação, cultura e segurança pública, com foco prioritário na comunidade LGBT, buscando a plena garantia dos direitos humanos. Coordenei e participei de diversas conferências de direitos, de comissões para elaboração de leis, de grandes manifestações de resistência à violência e discriminação, já integrei o Conselho Municipal de Saúde de Curitiba e, ainda hoje, faço parte do Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Estado do Paraná (COPED), do Comitê Nacional da Diversidade Religiosa da SDH/Presidência da República e do Conselho Nacional de Segurança Pública (CONSEG). Há mais de 10 anos no Partido Socialista Brasileiro (PSB), continuo levantando a bandeira do socialismo, liberdade e do enfrentamento às desigualdades sociais. Tenho capacidade técnica, disposição e ideologia para essa função.
