::: Notнcias GLS – 15 de marзo de 2006 :::

Skinheads Soltos
Na terça-feira, dia 14, a juíza Ana Lucia Lourenço, da 9ª. Vara Criminal de Curitiba autorizou a soltura dos últimos dois presos do caso conhecido como “Skinheads”, EduardoToniolo Del Segue e Anderson Marondes de Souza. Os depoimentos previstos para serem iniciados nesta semana foram adiados para maio, em razão da falta de espaço no prédio. Em virtude de os outros acusados terem sido libertados anteriormente e por se aproximar a expiração do prazo limite de detenção, a juíza entendeu que os dois mereciam aguardar o processo em liberdade. Além de tentativa de homicídio, são acusados ainda de propagar os símbolos nazistas.

Caso Skinheads


Em 26 de outubro do ano passado, 11 pessoas foram presas pelo Centro de operações Especiais da Polícia Civil, acusados de fazer parte de um grupo que atacava negros e homossexuais na cidade. Na época, diversos adesivos discriminatórios foram pregados pela cidade. Em apenas uma noite, 4 pessoas deram entrada no Hospital Evangélico, dizendo-se vítimas de um grupo de skinheads.

Fogo Amigo
Guarda Municipal agride homossexuais em Curitiba






Na madrugada do dia 11 de março, no último final de semana, Igo Martini e Márcio Marins, dois ativistas do Grupo Dignidade, foram vítimas de uma história duplamente lamentável. Enquanto voltavam do Largo da Ordem onde comemoraram o aniversário de David Harrad, esposo britânico do presidente do Grupo Dignidade, Toni Reis, foram agredidos por desconhecidos nas proximidades da praça Carlos Gomes, em plena Av. Marechal Floriano.

 


Era por volta das 2h30 da madrugada, o casal de namorados andava abraçado, como amigos fazem após uma festa. O casal caminhava rumo a um ponto de táxi quando foi abordado por um homem e uma mulher que os agrediram imediatamente com rasteiras, socos e pontapés. Quando Márcio foi socorrer o namorado, um terceiro elemento entrou  na confusão. Os agressores xingaram os ativistas várias vezes dizendo que “viado tem que morrer mesmo, bicha, viado, bicha desgraçada, bicha nojenta”. Até a pá de um gari foi usada como arma nesse ataque covarde.

 


De repente, duas viaturas da guarda municipal param no sinal de trânsito. Ao observarem o tumulto, estacionaram e desceram da viatura. Igo foi em direção dos guardas pedindo socorro e estes ordenaram que os dois se deitassem no chão imediatamente. Tentaram explicar que eram as vítimas mas em vão. Igo começou a chorar, o seu companheiro pedia calma, oportunidade em que um dos guardas pisou em suas costas e chutaram-no, causando lesões graves.






Os ativistas foram conduzidos ao 1º Distrito Policial, em uma viatura dirigida pela guarda municipal, sendo que Marcio foi agarrado pela garganta no caminho, quando os guardas diziam que “viado tem que apanhar mesmo, que se pingasse uma gota de sangue eles (Igo e Márcio) iriam apanhar mesmo, que se eles fizessem alguma ligação por celular eles iriam apanhar mais”, contam.

No 1º Distrito Policial, foi registrado um boletim de ocorrência onde consta que Marcio e Igo eram agressores e não vítimas. Os dois foram em seguida ao Hospital Cajuru, onde aguardaram  3 horas  pelo atendimento médico.

O caso escandalizou a comunidade homossexual da cidade. Primeiro por se tratar de um caso de violência gratuita por parte do casal de desempregados e pela não apenas omissão da guarda municipal como também o ato de violência contra homossexuais. Márcio teve o ombro deslocado e Igo levou vários pontos na região bucal. Vale a pena lembrar que além de homossexual, Márcio é afrodescendente.

O Diretor Carlos Celso dos Santos Junior da Guarda Municipal de Curitiba se encontrou com os dois militantes agredidos nesta terça-feira, dia 14. Prometeu um curso de capacitação para melhor preparar o efetivo da guarda ao atendimento de homossexuais e ainda instaurar processo interno para afastar os guardas envolvidos.




Casamento gay
A República Tcheca se tornou o sexto país do mundo a aprovar a união entre pessoas do mesmo sexo, nesta quarta-feira, dia 15/3. A matéria havia sido vetada anteriormente pelo presidente Václav Klaus. A Câmara baixa do Parlamento derrubou por 177 votos contra 101 o veto presidencial, mantendo a decisão anterior. A Austrália também acaba de sinalizar que está na busca da equalização de direitos entre homos e héteros.

Pré-candidatos pró-gay



E em São Paulo surgem dois pré-candidatos a deputados daquele estado saídos do âmago da comunidade gay. Léo Áquila, recém formado em jornalismo e drag queen famosa por aparecer no programa de Luciana Gimenes já se disse candidata. A outra, mais intelectual, é a drag Salete Campari, que tem livro publicado e é a queridinha da high society paulistana. Por aqui, apenas Beto Kaiser da ong Inpar 28 de junho se colocou como pré-candidato a deputado estadual.






Eles vêm aí



Membros da Frente Parlamentar para a Livre Expressão Sexual da Câmara e Senado Federal devem desembarcar em peso na próxima semana em Curitiba. Motivo: Curitiba foi mais uma vez notícia por causa de discriminação de homossexuais,  com o episódio dos guardas municipais que bateram e humilharam dois militantes gays no último fim de semana. Os deputados devem participar de audiência pública na Assembléia Legislativa.

Parada em Perigo



A maior parada gay do mundo enfrenta uma grande resistência da Prefeitura de São Paulo para realizar o seu evento em um sábado. Segundo a prefeitura, a Avenida Paulista tem tráfego pesado neste dia. A intenção dos organizadores do evento era trocar o domingo pelo sábado, em razão dos jogos do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha. Por enquanto a organização acusa a Prefeitura de dificultar o projeto, mas negou os rumores de que o protesto/festa seria adiado.



Neo nazismo no mundo árabe

 


O Aiatolá xiita Ali Al-Sistani sugeriu em seu website que os xiitas devem matar gays e muçulmanos sunitas (minoria). Acrescentou ainda que a morte deve ser dolorosa e severa por causa da gravidade destes “pecados”. Sistani é uma pessoa influente no Iraque, que enfrenta uma forte guerra civil entre sunitas e xiitas. Segundo ele, seria melhor para a criação de uma República Islâmica limpa, “sem gays e sunitas”.

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa