por Antonio Alberto Pereira de Sousa
Você já parou pra pensar nisso? Eu já. Aliás, o homem pensa nisso, não exatamente nessa frase, desde quando constituiu-se a “ética”. Monogamia obrigatória deveria estar na constituição como crime contra a liberdade e o prazer.
Ora! Meu coração é bem grande (não só o coração…), e cabem 2, 3, 4… porque eu tenho que escolher apenas uma pessoa entre todas as outras 6 bilhões do planeta?! É até egoísmo! Além de privar-me, eu privo meu companheiro(a) e privo, também, as possíveis pessoas que nos desejam.
“Controle seus desejos animalescos!”, diz a gnose. “Consuma-se em desejos!”, diz o Beto (eu). Você nasceu com ele e por causa deles, a raça humana persiste até hoje.
Na Grécia Antiga existiram templos em honra à Afrodite, Dionísio, Eros/ Cúpido, entre outros, onde praticava-se sexo com tudo e todos. Homens e mulheres. E depois voltava-se pra casa e a vida continuava normal. Era nobre fazer isso! Tudo em honra aos deuses! Não essa “putaria” de “dark rooms”, dos nossos tempos.
A arte do prazer através do sexo é nobre. Tanto que é difícil encontrar alguém que honre tal arte. Que saiba fazer o negócio direito mesmo! Sem frescuras, preceitos e/ou preconceitos. Se você encontrou, agarra! Agarra! Vai por mim, o mercado tá escasso… O sexo tântrico é um exemplo da prática de tal arte. Kama Sutra é outro. Aliás, não é preciso ir tão longe. Nossos tão queridos brasilíndios não possuem nossos preconceitos bobos. Muito menos nossa idéia efêmera de posse. Imagine! Posse! Veja só você! Como uma pessoa pode ser dona de outra?
A Lei Da Folia, como diria uma amiga, já foi assinada! Vá para um baile no interior do Paraná e negue-se a dançar com uma pessoa… depois dance com outra, pra você ver o que acontece. Ou dança com todos ou com ninguém!
Tá, tá bom! Não é só sexo. Mas o mais óbvio é o sexo. Para você que é sentimental e romântico ao extremo, uma declaração: EU ACREDITO EM TRIÂNGULOS, QUADRADOS, HEXAGONOS OU O QUALQUER FIGURA GEOMETRICA, AMOROSOS! Claro que sim! É super possível, desde que todas as partes estejam em pleno acordo, afinal, todo relacionamento é um acordo.
“Esse lado da cama é meu. Sou passivos só nas segundas, quartas e sextas. Domingo é uma vez de cada. Não gosto que goze na minha cara mas pode gozar na minha boca. Não quero conhecer seus amigos. E, pelo amor do meu padin padi ciço*, não aperte o tubo de pasta de dente no meio!”.
O coração não é auto-programável, nós simplesmente nos apaixonamos. Imagine se pudéssemos amar só uma pessoa de cada vez. Adeus família, adeus mais de um filho… Amemo-nos! Ora, se uma paixão faz bem pra pele, imagine o que 16 não fazem!
E, finalmente, nossa querida cama de casal! Se é de casal, porque cabem 3 pessoas? Conforto? Comodidade? Será?
*padin padi ciço = padrinho padre Cícero.
Literatura Indicada – A Casa dos Budas Ditosos; Ribeiro, João Ubaldo.
Música Indicada – A maçã; Raul Seixas/ Eu te amo você; Marina Lima