A professora Simone Valêncio assumiu a presidência do Grupo Dignidade, entidade curitibana que promove os direitos humanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (GLBT) nesta última segunda-feira, dia 04. Há 14 anos a entidade era presidida por Toni Reis, um dos fundadores do grupo pioneiro nas ações de prevenção e política para gays na cidade.
Reis foi eleito o próximo presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros – ao qual ajudou a fundar, em 1995, ele foi o primeiro presidente da associação. A entidade de abrangência nacional, fundada em Curitiba, volta a ter sede na cidade.
Para a troca de diretoria foi realizado na noite de 04 de dezembro, na sede da entidade, em um prédio em frente a Praça Carlos Gomes. A eleição da nova diretoria ocorreu na sexta-feira, dia 1º. de dezembro, dia mundial da luta contra a aids.
Um coquetel simples foi servido após representantes de entidades parceiras, a vereadora Josete, membros e apoiadores do grupo discursarem. Cerca de 60 pessoas compareceram ao evento que marcou a posse da nova diretoria.
“Estou feliz em receber a instituição das mãos de uma pessoa que construiu o movimento GLBT no Paraná”, afirmou Simone. Reis se comprometeu a continuar a apoiar a diretoria do Grupo Dignidade, embora não participará mais das instâncias de tomada de decisão.
Desafios do Dignidade
A nova presidente do Grupo Dignidade, Simone Venâncio, deve enfrentar alguns desafios atípicos durante o seu mandato. Na internet, corre uma espécie de dossiê contra o grupo. Não assinado, faz diversas acusações quanto ao destinos das verbas públicas recebidas pela entidade. O grupo já registrou queixa na delegacia de crimes virtuais e aguarda apuração para descobrir quem foi que espalhou o tal dossiê.
O Dignidade também terá o desafio de se fortalecer com a comunidade. A entidade anda distante do público alvo, parecendo uma repartição pública. Em parte, em decorrência dos cortes de verba nas ações de prevenção.
Fora isso, ainda corre um processo trabalhista contra o grupo, movido por ex-funcionário. Algo inédito e que pode estimular outras pessoas a fazerem o mesmo. A nova presidente terá trabalho mas tem tudo para vencer estas barreiras.
ABGLT 2007
Já a ABGLT terá de articular muito bem os próximos orçamentos, acompanhar o tramite de leis importantes que passaram na Câmara Federal neste fim de ano e devem ir ao Senado no ano que vem. Toni Reis sabe como ninguém apaziguar a briga de egos entre as mais de 200 entidades afiliadas, com cada segmento pedindo mais espaço.
No próximo ano tem a visita do Papa ao Brasil, é uma posição da entidade já tem sido cobrada por seus participantes. 2006 foi um ano sem igual para o movimento gay. A perspectiva é que 2007 seja um ano ainda mais feliz.