Avaliando o que vem por aí, a moda do Verão será romântica, com muitos tons água e pastel, cortes mais retos nas peças que serão mais curtas. As bermudas devem aparecer mais e serão menores. Para eles, muita camisa pólo branca, cores cáqui, cinza e algumas peças escuras metalizadas. Para elas, muito volume, saias assimétricas e vestidos longos e livres. Estampas grandes e monocromáticas, bolsas grandes. Feminilidade exagerada em decotes e pernas. Amarelo claro, dourado, prata e tons metalizados. Para eles e para elas, o tom bege claro, cor de linho cru, deve imperar. O marinho, vermelho e o preto, aparecem para dar um contraste.
Rolou até quinta, na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) o primeiro Paraná Business Collection, um grande evento de moda organizado pelo Sebrae/PR e pela Fiep e por diversos sindicatos das áreas têxteis e do vestuário.
A proposta do evento é apresentar para atacadistas a coleção paranaense de moda, que é a segunda maior do país, com mais de 150 milhões de peças ao ano e que movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano. Para tanto, o evento é direcionado e apresenta uma novidade: 24 empresas apresentam o seu show room, onde é possível encomendar coleções inteiras no local.
Nos tradicionais desfiles é possível ver o que o Paraná tem de melhor. Para esta edição, foram convidadas 11 marcas que representam diversas regiões do estado, preocupação tida na hora de elaborar o evento, para garantir a paridade regional.
Até o momento, nas passarelas, foram mostradas coleções que surpreendem pela qualidade de materiais e design. Algumas novidades para o grande público foram apresentadas, como as roupas da marca Original Truck, de Curitiba, feitas de materiais reciclados como lonas de banners e papéis impermeáveis usados em construção, A grife começou há 10 anos com calças de lonas de caminhão, por isso do nome. Outra surpresa foi a marca de moda praia Lua Morena, de Londrina, que trouxe uma coleção chique às passarelas.
No Lounge ao lado da Sala de Desfiles, uma exposição de alunos de cursos de moda da Universidade Tuiuti do Paraná, Uniandrade, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Senai/Pr e Senac abordam em suas criações a responsabilidade de quem faz moda, na exposição “Moda Responsável” que pretende revelar talentos e conscientizar sobre a importância de uma moda ecologicamente correta.
O evento está tranqüilo, lindo, bem organizado. O pavilhão da Fiep está cheio de faixas coloridas que parecem bandeiras do arco-íris, tem um povo diferente aos eventos de moda, mas está bem diversificado, que é a proposta do evento, quando convocou marcas e pessoas de diversas regiões. Como o título de “a união faz a moda”, o PBC é um evento despretensioso e objetivo, como a moda paranaense.
DIA 1 (SEGUNDA)
Original Truck
A marca curitibana apresentou roupas e acessórios feitos de materiais recicláveis, bermudas de papel, batas e blusas com tecido e papel. Bolsas feitas de lona de banners reciclados. Cartucheiras, que o povo adora levar para as raves. Jovem, criativo e moderno.
Lua Morena
Detalhes em metal, simetria perfeita, diversidade nas estampas. A Lua morena trouxe de Londrina uma coleção moderna, elegante e colorida. A marca mostra que está por dentro do que rola lá fora e apresenta o pudor da mulher paranaense, com muitas peças mais largas do que a moda brasileira exibe. Para nós, de extremo bom gosto.
DIA 2 (TERÇA)
Silmar Alves
Clássica nas cores, moderníssima nos detalhes. A nova coleção do curitibano Silmar Alves traz pequenos detalhes que fazem a diferença como aplicações, costuras internas e cortes que realçam o movimento, destacando os contornos do corpo da mulher.
Lafort
Marca de Curitiba que faz roupas para grandes grifes nacionais e que agora investe na marca da casa que pretende valorizar a mulher. Feminina e fatal, a coleção de verão trouxe muito branco e bolsas enormes.
Beluska
Maria Antonieta foi a inspiração desta coleção curitibana que misturou babados e rendas com cores em tom pastel e a modelagem reta. Vestidos, shortinhos, blusas em sobreposição, muito jeans. As cores ficam entre o amarelo ovo, tons pastel e cores terra metalizada. Os tecidos também variam do orgânico ao sintético: bem Maria Antonieta, a louca. Mas a coleção é sóbria e séria.
DIA 3 (QUARTA)
Ronaldo Silvestre
O mineiro radicado em Londrina trouxe uma coleção melancólica, romântica, borderliner. O visual era retro, combinado com criações super interessantes como a calça masculina onde uma sobra de tecido na altura do bolso era dobrada para trás, formando um volume sobre a lateral da coxa. Outras peças, também masculinas, que merecem destaque, são as regatas: uma com estrelas recortadas, a outra com a inscrição “amour, amor, amore”. A coleção feminina trouxe tules e saias duplas muito interessantes. Foi até agora o melhor show do evento.
Lúcia Figueredo
Sofisticação e brilho. Glamour total na nova coleção da estilista de Cianorte que se inspirou nas divas dos anos 60 de Hollywood: Marilyn Monroe e Brigitte Bardot. Muito tecido metalizado, preto, estampas clássicas e conforto, com muito jersey. Claro, a vedete dos anos 60, a mini saia, estava presente na coleção e marcava o comprimento de várias peças. Os jornalistas ganharam um mimo da estilista, uma bolsa estilo saco em cetim com a marca em strass.
Raffer
A marca da cidade de Francisco Beltrão parou a passarela com uma ambientação interessante e uma coleção cosmopolita surpreendente, inspirada na Riviera Francesa. No meio da passarela, uma fileira de grandes luminárias réplicas dos bulbos de gás no século XIX dividia o espaço por onde os modelos passaram e mostraram peças de corte super estruturado, com muito cinza e tons fracos de azul e amarelo. Muita risca de giz e metalizados. As peças de alfaiataria ficaram mais slim: retas e curtas.
DESFILES DO DIA 4 (QUINTA)
Züe
A marca londrinense apresentou uma coleção romântica, com muito floral para elas e uma coleção mais zen para eles. Fibras naturais e tons neutros marcam esta coleção que alia conforto e qaulidade.
Ruah
A moderna marca jovem de londrina apresentou uma coleção que mistura estilos e dá um ar Brokeback com camisas xadrez. Para inglês ver, é o nome da coleção que traz ainda suspensórios, bermudas curtíssimas e camisetas bem humoradas no melhor estilo anos 70. Para elas, vestidinhos recatados e visual andrógino.
Thayana Ribas
Muito brilho na coleção da estilista curitibana que levou à passarela muitas peças com paetês, cetim e furta-cor. O dourado e o branco contrastam na coleção que apresentou peças jovens, com movimento interessante e uma paleta de cores muito bonita, do terra ao ouro.