Os hermanos e anfitriões argentinos levaram a taça da Copa do Mundo de Futebol Gay 2007, evento realizado anualmente há quase 10 anos, e que pela primeira vez foi organizado na América do Sul. O torneio foi realizado na capital argentina entre os dias 23 e 29 de setembro. Na final, o time argentino Los Dogos venceu por 1 a 0 a equipe britânica Stonewall, no estádio do Club Defensores de Belgrano. No próximo ano o evento será em Londres.
Buenos Aires superou o Rio de Janeiro e a cidade de Lima, no Peru, na disputa pela cidade-sede, com o argumento de lá ser o único território onde o casamento gay é reconhecido em toda a América do Sul. Na verdade, a Copa do Mundo de Futebol Gay é um grande torneio intercontinental, e em nada se compara ao evento organizado pela FIFA.
Os jogos antes das finais foram realizados simultaneamente no Parque Sarmiento, que foi reformado pela prefeitura para receber o evento que não teve grande público de torcedores, apenas muitos curiosos, parentes e jornalistas, que fizeram a festa. Aliás, festa é o que não faltou nesta semana do evento. A concentração era no bar, pelo menos para os europeus.
O mais curioso foi que os artilheiros do torneio, o brasileiro radicado em Buenos Aires, Maicol que marcou o gol da vitória na final e o argentino Jorge Béldun, artilheiro do torneio com cinco gols, disseram ser heterossexuais. Cada equipe poderia contar com até três héteros no time, segundo o regulamento do campeonato.
Participaram 28 equipes, cinco representando a Argentina, nove dos Estados Unidos, quatro do Reino Unido, duas do Chile, além de um time vindo da Austrália, do Canadá, México, Irlanda, Islândia e do Uruguai. O Brasil ficou de fora por falta de verba para enviar os jogadores. Ao contrário do que aconteceu no Uruguai e na Argentina, o governo e nem a CBF decidiram apoiar a tradição do país.
Apesar das dificuldades de patrocínio e de organização, o evento cumpriu seu papel de desmistificar que futebol é coisa de hétero. Existem muitos gays que gostam e praticam o esporte. Mais importante ainda foi ver o apoio do governo de Buenos Aires e da Associação do Futebol Argentino (AFA) que cedeu árbitros profissionais para o campeonato. Mais de 400 jogadores de 10 países participaram do evento, todos vencedores. Pena que o país dito o país do futebol amarelou mais uma vez. Ficou feio.