Em entrevista dada à Rádio Nacional, na última segunda-feira, o antropólogo Luiz Mott, presidente do Grupo Gay da Bahia, afirmou que o Brasil é o campeão mundial em número de assassinatos de homossexuais. Foram 122 gays mortos em 2007 no Brasil, uma média de um assassinato a cada três dias.
Na seqüência aparecem o México, com uma média anual de 35 homicídios, e os Estados Unidos, com 25 casos por ano. O antropólogo afirma que desde o começo do ano até agora já foram contabilizados 49 assassinatos de homossexuais no País.
“É preciso erradicar esse tipo de crime sob pena de o país passar para a História como o mais homofóbico do mundo. Vivemos um verdadeiro homocausto”, ressalta Luiz Mott.
Segundo estatísticas, o número de travestis mortos é o que mais tem crescido. “Há uma tendência nova. Os travestis sempre representaram 25% a 30% dos casos de mortes. Neste ano, eles são metade dos casos”, disse. “Como eles representam uma faixa de 30 mil habitantes brasileiros, então as chances de um travesti morrer assassinado é 259 vezes maior do que um gay do sexo masculino”.
O antropólogo contou que os dados são coletados em jornais e na internet. “Não existem estatísticas oficiais sobre assassinados gays”. Para Luiz, isso é o resultado do descaso das autoridades com esse segmento da população.
“É fundamental que o governo institua aulas de educação sexual em todos os níveis escolares para ensinar o respeito ao homossexual e ao travesti”, disse. “É preciso que gays e lésbicas saiam do armário, assumam sua identidade e denunciem quando forem ameaçados”.