No último sábado, 17, Dia Internacional de Combate a Homofobia, aconteceu, em Havana, a primeira parada gay cubana e uma série de eventos apoiados pelos governos federal e estaduais.
Desde de a renúncia de Fidel Castro, a ilha tem passado por profundas mudanças governamentais. Mariela Castro, filha do atual presidente e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (CENESEX), há anos tem batalhado pela questão da diversidade sexual em Cuba, e tem aberto novas diretrizes de combate a homofobia e integração da comunidade GLS no país.
Com bastante improviso, shows de transformistas e palestras foi realizada a parada gay, com autorização oficial e imprensa livre para cobrir o evento, além da exibição do filme “O segredo de Brokeback Mountain” em horário nobre da TV. Foi também anunciado um cineclube mensal com produções cuja temática será gay. Sob a regra da diversidade os cubanos tentam esquecer o passado homofóbico com histórias de gays expulsos e torturados.
E as coisas estão mudadas mesmo por lá. Para se ter uma idéia o presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, de 76 anos, discursou durante o evento de sábado e disse ser necessário erradicar a homofobia, que este é um ato solidário e faz parte do socialismo.
De maneira inusitada e pra lá de revolucionária foram às transformistas que encerraram a parada cubana com um show no teatro Astral, espaço histórico da revolução cubana. Atrás delas a bandeira de Cuba fazia o cenário. “Diversidade é a regra”, tema do evento, é uma citação direta ao socialismo, que soa como ironia, já que por tanto tempo o regime condenou gays.