Com a desculpa de ser tratado, o sargento do Exército Laci Marinho de Araújo está sendo mantido recluso desde a segunda-feira no Hospital Geral do Exército, em Brasília. Para seu companheiro, o ex-sargento Fernando Alcântara de Figueiredo, mais uma vez o Exército está obrigando o sargento a ficar detido, agora com desculpa de tratamento. Eles teriam ido ao Hospital Geral do Exército para conversar com o diretor do lugar e tentar validar o exame que poderia atestar a sua doença neurológica e acabou sendo preso mantido no local e deve ser submetidos aos exames que o Exército exige.
Apesar de apoiado por grande parte da mídia, parlamentares e organizações de Direitos Humanos, Araújo se nega a passar pelo médico do Hospital. Se for constatada a sua doença, ele poderá ser aposentado e o processo administrativo pelo qual passa deve ser arquivado. Se a junta do Hospital não constar a doença, porém, o militar poderá ser acusado de forjar seu estado de saúde e o médico que atestou sua incapacidade ao trabalho poderá ser levado também à Justiça. Na terça-feira, dia 23, será o julgamento de Araújo por deserção. Fernando acompanha o companheiro no hospital.
O casal ganhou notoriedade ao assumir a sexualidade na capa da Revista Época em maio. Após isso, Araújo permaneceu preso por maior parte do tempo, por se apresentar inadequadamente em público e Figueiredo teve que pedir baixa da corporação. Os dois alegam estarem sendo perseguidos por serem homossexuais e por denunciarem irregularidades no Hospital Geral, o mesmo onde Araújo se encontra detido.