Depois de anos, governo britânico pede desculpas a cientista gay

Após muitos anos o governo britânico tenta se retratar com o cientista Alan Turing, responsável por decifrar o código da máquina de criptografia Enigma. A mesma que ajudou Hitler a mandar mensagens codificadas a militares na Alemanha durante a guerra.


Em menos de duas semanas uma petição foi enviada ao premiê Gordon Brown solicitando que o governo britânico se retrate perante o cientista castigado injustamente devido a sua opção sexual. A petição já soma quase 4.000 assinaturas.


Alan Turing, matemático, morto aos 41 anos de idade é considerado por muitos o pai da ciência da computação e da inteligência artificial. Vários foram seus feitos, porém nunca obteve reconhecimento perante a sociedade.Em1938 o cientista trabalhou para o governo e dedicou-se integralmente ao projeto de análise criptográfica.


O matemático trabalhava na mansão de Bletchley Park, em Buckiam-hamshire, próximo a Londres decifrando códigos secretos. Porém, no ano de 1952 Turing foi preso por ser homossexual, coisa que na época era severamente proibido.


Turing passou pela tortura da castração química, recebeu injeções de estrógeno para tentar neutralizar seu libído. Estas injeções acabaram deformando seu corpo além de prejudicar sua saúde desequilibrando totalmente seu organismo.


Era publicamente humilhado e perdeu o acesso aos laboratórios onde trabalhava por ser considerado alvo fácil de chantagem devido sua opção sexual, era considerado um risco, pois dava brecha para os inimigos.


Turing morreu depois de comer uma maça envenenada, o que alegaram ser suicídio. Agora, anos depois de sua morte uma campanha abraçada por nomes como o do biólogo Richard Dawkins e o escritor Ian McEwan que pedem ao governo uma retratação e reconhecimento dos feitos de Alan Turing.


“O governo britânico deveria se desculpar a Alan Turing e reconhecer que seu trabalho viabilizou em larga medida o mundo em que vivemos e nos salvou da Alemanha nazista”, diz a petição, aberta pelo programador John Graham-Cumming.

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