Pontes – Até onde ir para salvar um relacionamento?

Com os relacionamentos que tive, aprendi que em cada um deles levantamos “pontes” diárias para nos unirmos a uma outra pessoa, e algumas dessas pontes são tão frágeis que podem ruir a qualquer momento, enquanto outras são tão sólidas que suportariam quaisquer tempestades que possam vir contra elas.

Talvez com essa metáfora consiga analisar melhor os momentos vividos ao lado de uma pessoa, seja ela de um circulo de amigos, namorado, ou família. Com todas as pessoas construímos meios de contato para que o relacionamento flua. Mas o que quero levantar aqui é a questão oposta: será que vale a pena reconstruir essa ponte quando por algum evento ela tenha ruído?

Aprendi durante toda a minha vida a agradecer pelas coisas e pessoas que recebi, mas não aprendi a perder as coisas e as pessoas. Sofremos muito quando um ente querido vem a falecer, pois não temos certeza absoluta para onde ele partiu, apenas temos varias idéias que aprendemos a aceitar sobre sua partida. E é ai que vem a questão maior da vida: a dúvida.

Não sabemos ao certo se será melhor ou pior sem aquele relacionamento. Às vezes damos de ombros a pessoas que poderiam ter sido únicas em nossa vida, às vezes temos medo de partir para outra, pois não sabemos se sentiremos falta do que estamos deixando para trás. Sempre a dúvida. As pontes são levantadas e sempre acreditamos que elas são eternas, que mesmo em um futuro muito distante, ainda estariam firmes. Mas a vida sempre é craque em nos contrariar, nos mostrando que aquela amizade que achávamos que duraria para sempre, acaba de um dia para o outro.

Agora voltando à questão inicial: Será que vale a pena reconstruir o que a vida de alguma maneira derrubou? Novamente, a dúvida, e porque não dizer que o futuro, é como o desenhamos no presente e que se aquele relacionamento acabou porque era a hora dele, e que, se acabou, era pra ser uma etapa vencida, um início de uma nova fase. Se nos trouxem louros ou se trouxeram perdas, isso não cabe a ninguém supor, cabe apenas a própria pessoa descobrir o que é possível aprender com a situação. Se quiser reconstruir ou não essa ponte, é preciso estar disposto a recomeçar do zero.

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa