Representantes da UNAIDS, órgão das Nações Unidas para combate à AIDS e do Fundo Mundial contra a AIDS, afirmaram à agencia France Press nesta quinta-feira que a repressão aos homossexuais ocorrida no Malawi com a prisão do casal gay condenado a 14 anos de prisão por realizar uma cerimônia de casamento pode atrapalhar o combate à epidemia da AIDS no país, que tem 14% de incidência do vírus em sua população.
“Criminalizar os comportamentos sexuais leva as pessoas a engajarem-se numa relação com um indivíduo do mesmo sexo na clandestinidade”, preveu Michel Kazatchikine, diretor do Fundo Mundial de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária. Para Michel Sidibé, diretor da UNAIDS, é preciso ter um diálogo garantido com a comunidade gay, para permitir o acesso a prevenção e tratamento. Como os homossexuais se encontram em um grupo de vulnerabilidade maior, a repressão só abaixa a autoestima do grupo, que se reflete nos cuidados com a saúde, como no uso do preservativo em relações sexuais.
Os dois se encontrarão na próxima terça-feira com o Presidente do Malawi, Bingu wa Mutharika, e discutirão a condenação de Tiwongue Chimbalanga e Steven Monjeza que foram acusados de violar “a lei da natureza” e firam condenados por sodomia. A libertação dos presos ganhou apoio internacional, até da cantora Madonna, que mantém projetos sociais no país.