No mesmo dia em que a Argentina torna-se o primeiro país latino-americano a aprovar o matrimonio gay, a imprensa mundial vira os olhos para o Brasil e critica a demora brasileira. Jornais e revistas de todo o mundo tem acompanhando a batalha que se travou no país vizinho para a aprovação do projeto de lei que dá aos homossexuais diversos direitos e os coloque em pé de igualdade com os heterossexuais na questão de casamento.
As publicações lembraram quer o Brasil é um dos países que também tem em seu Legislativo documentos que sugerem a revisão da lei de casamento a fim de beneficiar os homoafetivos com a mesma intensidade que os heterossexuais possuem em relação a ele. Nesta quinta-feira, 15 de julho, o jornal The New York Times, o maior dos Estados Unidos, publicou matéria em que afirma o apoio do presidente Lula em relação ao tema.
Já o jornal espanhol El País lembrou que o Brasil a comunidade LGBT já sofreu várias derrotas em suas tentativas de garantir aos gays direitos como casamento, adoção e herança, como foi o caso em 1995 e 2001. O mais recente pedido que tramita no país é o projeto sugerido por um grupo de políticos liderado por José Genuíno, do PT de São Paulo e que ainda não foi analisado no Brasil.
Muitos ainda acreditam que a dificuldade em conseguir aprovar a lei em solo tupiniquim seja em decorrência de o Brasil ser o país com a maior concentração de católicos no mundo. E que seus conceitos e influências sociais e políticas impeçam o andamento da ação. A exemplo do que foi visto na Argentina, quando arcebispos e religiosos declararam-se contra e quando grupos religiosos se reunião em mais de 60 mil pessoas em frente ao Senado para protestar contra a lei.
Na falta da lei, gays brasileiros têm de recorrer a ações judiciais para garantirem seus direitos de viver em condições próximas às dos casais heterossexuais. Segundo a advogada Sylvia Maria Mendonça do Amaral, a decisão, neste caso, fica nas mãos dos juízes que julgam de acordo com seus “próprios valores morais”, disse a advogada ao jornal O Globo. “Vemos casos praticamente idênticos com resultados opostos. Enquanto um casal consegue, outro simplesmente tem seu pedido negado”, concluiu.