Após a sanção da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina pela presidente Cristina Kirchner, no último dia 20 de julho, grupos de defesa aos direitos LGBT do país declararam terem recebido mais de 200 consultas de pessoas de diversos países querendo buscando informações em relação ao casamento de estrangeiros.
Em menos de uma semana, a Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais recebeu mais de 200 consultas de gays de todo o mundo interessados em se casar no país do tango. “Já recebemos consultas de casais do mesmo sexo do Paraguai, da Bolívia, Itália, Inglaterra e também do Brasil”, declarou Maria Rachid, presidente da Federação Argentina LGBT à BBC Brasil.
Segundo ela, “será necessária apenas a confirmação de um endereço de residência na Argentina e pode ser até mesmo de um hotel. Isso não será problema. E foi o que já transmitimos aos que nos procuraram”, afirmou Rachid à BBC Brasil. Já a Organização Não-Governamental La Fulana recebeu 22 consultas por e-mail e diversas ligações do México, Chile, Uruguai e França.
Grande parte das consultas feitas à La Fulana é por parte de lésbicas idosas, com mais de 70 anos, preocupadas com a situação de suas companheiras em caso de sua morte. Outro número expressivo de consultas é por parte de mulheres que hoje mantêm uma relação lésbica, mas que tiveram filhos em relações heterossexuais anteriores.
O primeiro casamento gay oficial a ser realizado no país pela nova lei será no dia 31 de julho.
Giorgio Nocentino, estilista de 44 anos, e Jaime Zapata, comerciante de 52, ambos chilenos, unirão laços na cidade de de Mendoza, no oeste do país. Os dois vivem juntos há 14 anos e namoram há 20 anos.