A Organização das Nações Unidas – ONU concedeu nesta segunda-feira, dia 19 de julho, status de organização de caráter consultivo a uma organização não governamental em prol dos direitos LGBTs. A Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas – IGLHRC -entrou com o pedido para ingressar entre as mais de 300 ONGs, reconhecidas para pleitear os interesses de suas organizações, em 2007. A entidade possui escritórios em New York, São Francisco e Buenos Aires e foi fundada em 1990.
Após três anos e alguns pedidos recusados, devido à oposição de diversos países membros das Nações Unidas, o grupo teve apoio de países como Estados Unidos e Inglaterra que intervieram por eles e pediram para que todos os países membros votassem a favor do ingresso da organização não governamental no seleto grupo de consulta da ONU.
Dentre os 54 países membros da ONU, 23 votaram a favor, enquanto 13 votaram contra e outros 13 se abstiveram de seus direitos de voto. Representantes do Camarões, Congo, Guiné-Bissau, Iraque e Saint Lucia não compareceram à votação. Rússia e Venezuela, assim como alguns países do Oriente Médio, mantiveram sua posição contrária.
Com a aceitação por maioria, Rosemary DiCarlo, embaixadora-adjunta dos EUA na ONU, comentou: “o EcoSoc (Conselho Econômico Social) novamente passou uma clara mensagem ao comitê das ONGs e à comunidade internacional de que ele assegurará que vozes diversas da sociedade civil, inclusive aqueles que advogam pelos direitos LGBT, sejam ouvidas nas Nações Unidas”, declarou em comunicado.
Jessica Stern, funcionária do Ecosoc, disse que o reconhecimento dado à organização de defesa dos direitos de gays é relevante devido ao fato de que mais de 70 países possuem leis contrárias à homossexualidade e declarou ao portal colombiano Semana.com: “a homofobia está muito estendida em todo o mundo”.
A ABGLT, Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, recebeu seu status de consultora da ONU no ano passado. Menos de 10 entidades gays de todo o mundo participam do fórum.
Confira abaixo a posição de cada país membro da ONU em relação ao ingresso da ONG em prol dos direitos gays:
Países que votaram a favor: Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Eslovênia, Estados Unidos da América, Estônia, Finlândia, França, Guatemala, Itália, Japão, Liechtenstein, Malta, Noruega, Peru, Polônia, Reino Unido, República da Coréia e Uruguai.
Países que votaram contra: Arábia Saudita, Bangladesh, China, Comores, Federação Russa, Egito, Malásia, Marrocos, Namíbia, Níger, Paquistão, Venezuela e Zâmbia.
Abstenções: Bahamas, Costa do Marfim, Filipinas, Gana, Índia, Maurícia, Mongólia, Moçambique, República da Modavia, Ruanda, Saint Kitts & Nevis, Turquia e Ucrânia.