Cansado de ser visto como artista gay e ter seu trabalho reconhecido apenas como arte homossexual, o desenhista Ralf König, prometeu em seu aniversário de 50 anos se dedicar a outros temas que o afetam, para fugir deste rótulo. Cultuado em toda a Europa, ele acaba de ganhar uma nova exposição e Berlim, mas se diz incomodado com a armadilha criada pelo próprio gueto.
Celebrado desde os anos 70 por suas tiras e desenhos que ajudaram na liberação gay européia, König diz que gostaria de não ser conhecido apenas como cartunista gay. A camisinha assassina, O homem ideal, Testículos de touro e Garotos de praia são algumas de suas criações mais famosa que ajudaram a tornar suas obras cult. Vindo de um tempo onde ser gay era algo negativo, ele ajudou a quebrar o estigma e a elevar a auto-estima da comunidade com sua arte cheia de humor. Com traços e detalhes infantis, o artista percorreu o submundo, levantou temas polêmicos de forma leve e sem antecedentes.
Critico nato, vindo do interior de família de classe média, König satiriza os homofóbicos, o fundamentalismo religioso e até Adão e Eva. O artista afima que já retratou tudo o que podia do meio gay e que deseja passar para outros temas e vem apresentando personagens que mostram que independente da orientação sexual, ainda há muito o que ser contado e contestado.