O dia 21 de agosto de 2005 foi atípico para a sauna Boy´s Club, do grupo Labirinttus, no bairro Santa Cecília, próximo ao Centro de São Paulo. Neste dia, por volta das 4h da tarde, quatro policiais alegaram achar drogas dentro da sauna e levaram quatro funcionários do local a uma delegacia no outro lado da cidade. Antes, teriam arrombado uma das salas do estabelecimento e furtado dinheiro e cheques, além de destruir câmeras do circuito interno de segurança da sauna, além de levar a fita que continha as imagens daquele dia. Após deterem os funcionários para uma suposta averiguação, o dono do estabelecimento foi pressionado a pagar R$50 mil reais para que estes fossem liberados. Acabou negociando uma entrada de R$20 mil com saldo em um parcelamento em cinco vezes mensais, em troca da liberdade dos trabalhadores. Indignado, o empresário pagou a primeira quantia, procurou a corregedoria da polícia e denunciou a extorsão.
A Justiça julgou os policiais envolvidos no caso que teve como testemunha de acusação amigos do empresário e os funcionários detidos, que presenciaram toda a ação ilegal. Na última quinta-feira, a juíza da 26ª Vara Criminal da Capital, Dra. Jucimara Esther de Lima Bueno, acatou o parecer do Ministério Público e condenou cada um dos os cinco acusados, a delegada de polícia Greice Maria Cunha e os investigadores Marco Antonio Fittipaldi, Paulo Celso das Neves, Romildo Boa Ventura e Edson Norberto Neves Pereira, a 10 anos de detenção, por extorsão mediante sequestro. A juíza entendeu que por terem praticado o crime com quatro pessoas ao mesmo tempo, deveria ser acrescido mais um quarto da pena de seqüestro como agravante.
Ainda cabe recurso e os policiais poderão responder a apelação em liberdade. Na sexta-feira, um dia após a condenação, a Corredoria da Polícia Civil de São Paulo afastou os policiais de suas funções e instaurou um inquérito administrativo. A sindicância, independente do processo criminal, pode levar a exoneração dos policiais.