Neste último fim de semana, foram distribuídos nas ruas de Monróvia, capital da Libéria, panfletos com uma lista de pessoas que apoiam os direitos LGBT. O grupo homofóbico responsável pela distribuição ameaçou que “pegará um a um”. Os panfletos são assinados pelo Movimento Contra Gays da Libéria e o grupo afirmou que os envolvidos na promoção dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais “não deve ter espaço para obter um suspiro de ar que seja”.
Nos folhetos são encontrados os seguintes trechos: “tendo conduzido uma investigação abrangente, estamos convencidos de que os indivíduos listados abaixo são gays ou simpatizantes e que não querem o bem para o nosso país”. Concluindo ainda que: “portanto, nós concordamos em ir atrás deles utilizando todos os meios possíveis.” Nenhum dos membros da organização homofóbica assinou o folheto. Contudo, Moisés Tapleh, de 28 anos, se identificou a imprensa internacional e afirmou estar ligado ao grupo e destacou que as ameaças devem ser levadas a sério. “Nós vamos chegar até eles, um por um,” disse Tapleh. “Eles querem estragar o nosso país”, vociferou.
O rapaz foi questionado sobre qual ação poderia vir a ser tomada contra os que estão na lista. Ele declarou que os indicados como amigos dos gays ele poderiam ser vítimas de situações “perigosas”, incluindo “morte.” Algumas das pessoas listadas no panfleto reportaram que vem sofrendo ameaças.
A Libéria não criminaliza a homossexualidade, mas a “sodomia voluntária” é um delito punível com até um ano de prisão. Todavia, existem projetos de lei em análise que pretendem piorar a situação. A atual presidente da Libéria, e premiada com o Nobel da Paz, Ellen Johnson Sirleaf, defendeu em Março em entrevista ao jornal inglês “The Guardian” a manutenção da lei anti-sodomia dizendo: “Nós temos certos valores tradicionais em nossa sociedade que gostaríamos de preservar”.