“Esta é a América, e nós devemos proteger os direitos de todos os americanos”, afirma Hugh Hefner no editorial histórico “Liberdade Sexual” em defesa do casamento igualitário na Playboy USA de setembro. O texto é ilustrado ainda com o famoso coelhinho com as cores do arco-íris.
Aos 86 anos, Hugh Hefner, ícone da cultura heterossexual e fundador da revista masculina mais famosa do mundo, a Playboy, está mais lúcido do que nunca quando o assunto é defender as liberdades sexuais. Hefner afirma no editorial de setembro da edição americana de Playboy que a luta pelo casamento igualitário é “uma luta por todos os nossos direitos” e que as vozes contrárias se tratam de uma forma de desumanizar a sexualidade e podem levar até que o conceito de sexo para perpetuação da espécie prevaleça e atente contra a vida sexual de todos que não seguem esse preceito de fundo religioso.
Não é a primeira vez que o empresário defende a comunidade gay. Em 2009, no documentário Hefner: Playboy, Activist and Rebel (Hefner: Playboy, Ativista e Rebelde) ele contou sobre a publicação de um conto em 1995 que irritou alguns leitores. Em “The Crooked Man,” de Charles Beaumont, o personagem viviam em um mundo onde a norma era ser homossexual e os heterossexuais eram discriminados. Hefner então escreveu: “Se é errado perseguir heterossexuais numa sociedade homossexual, então inverso também está errado”. Em 2009, Hefner afirmou ao jornal Daily Beast: “A ideia de que a concepção do casamento será subvertida pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo é ridícula. Heterossexuais não tem se saído tão bem por conta própria.”
Desta vez, ao defender a união de pessoas do mesmo sexo, Hefner foi mais argumentativo e afirmou: “Hoje, em cada instância de direitos sexuais que se encontra sob ataque, você encontrará uma legislação forçada por pessoas que praticam discriminação disfarçada de liberdade religiosa”, diz o editorial histórico. “O objetivo deles é desumanizar a sexualidade de todos e reduzir o uso do sexo com o propósito de perpetuar a nossa espécie. Ao final, eles criminalizarão toda a sua vida sexual”, alerta o magnata que é conhecido por viver rodeado por mulheres bonitas e ter várias companheiras.
Hufner ataca ainda a religião e diz que os EUA são um país secular, antes de ser uma nação religiosa e afirma que todos devem lutar pelo casamento igualitário. Ele justifica ainda o seu envolvimento com o tema: Há quase 50 anos, nas páginas dessa revista, eu avisei que “quando a religião dita as legislação no lugar da razão, não espere lógica de suas leis!”. “Esta é uma nação religiosa mas é também uma nação secular. Por décadas o povo americano encontrou um modo de balancear suas crenças religiosas com liberdades seculares. Nós desfrutamos da liberdade DE religião tanto quanto da liberdade DA religião. Estas não necessitam ser incompatíveis. Ninguém deveria ter que subjulgar a liberdade religiosa deles, e ninguém deferia ter suas liberdades individuais atingidas. Esta é a América e precisamos proteger os direitos de todos os americanos”.