A exposição da fotógrafa sueca Elisabeth Ohlson Wallin foi aberta em Belgrado, capital da Sérvia, neste fim de semana com forte reforço policial. Aproximadamente 2 mil homens da polícia local fizeram um cordão de isolamento para garantir que manifestantes não invadissem a mostra “Ecce Homo”. Líderes nacionalistas e cristãos querem o cancelamento da mostra e uma multidão protestou do lado de fora ao que chamaram de “insulto” ao cristianismo.
Criado em 1989, este trabalho da artista traz 12 fotos em que Jesus Cristo é interpretado como transexual, travesti, gay, em cenas poderosas, como uma versão de “A Santa Ceia” de Da Vinci, em que Jesus aparece de salto alto preto. Em outras, as imagens insinuam que Jesus morre por causa da Aids (ou o preconceito). Jesus aparece em uma das fotos com o triângulo rosa, marcação dos nazistas em homossexuais nos campos de concentração. E ainda, em outra imagem, Jesus é venerado por homens vestidos de couro. Ou aparece morto por skinheads. Os apóstolos também são retratados como homossexuais, em imagens que reinterpretam a fé cristã de um ponto de vista inclusivo ou provocativo. A mostra abriu o mês orgulho gay na cidade que teve a sua parada cancelada por motivos de segurança pelo segundo ano consecutivo.