“Os Estados deveriam confrontar o preconceito e não se submeter a ele”, diz Alta Comissária da ONU

Navi Pillay, Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, se manifestou nesta quinta-feira, após saber da proibição da Parada Gay de Belgrado, na Sérvia. Diversos líderes mundiais criticaram a iniciativa do primeiro ministro sérvio Ivica Dacic de proibir, nesta terça-feira, o evento, após ameaças terroristas de grupos nacionalistas contra a manifestação. É o segundo ano que o país proíbe o evento às vésperas, alegando motivo de segurança. Em 2001 e 2010, a Parada Gay de Belgrado encerrou com ataques aos manifestantes gays e dezenas de feridos.

 
Navi Pillay condenou a falta de organização do governo para garantir a segurança dos manifestantes: “Responder aos ataques violentos contra a comunidade vulnerável, proibindo-os de reunir pacificamente e de expressar-se viola ainda mais seus direitos humanos fundamentais. Os Estados devem enfrentar o preconceito, não se submeter a ele”.
 
A inglesa Sarah Ludford, membro do Parlamento Europeu, também se manifestou: “Eu estou extremamente desapontada com o cancelamento totalmente injustificada do Parada do Orgulho Gay de Belgrado. Mais uma vez, a voz do ódio e da discriminação ganhou daqueles que desejam exercer o seu direito europeu de liberdade de expressão”, afirmou a baronesa que afirmou ainda que tal atitude poderia prejudicar o país em ser aceito na União Européia. “As autoridades sérvias não deveriam ceder ao bullying homofóbico dos extremistas. Pelo contrário, eles têm o dever de assegurar que a Parada de Belgrado vá em frente e que os participantes estarão protegidos da violência e do assédio”.
 
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