Militantes gays pedem passaporte diplomático após pastores receberem benefício

O Itamaraty, órgão da diplomacia brasileira do Ministério das Relações Exteriores, parece ter critérios estranhos para conceder os passaportes diplomáticos, que seriam destinados a pessoas com função de representar o país em missões diplomáticas. Depois de membros da família de Lula receberem o passaporte especial no final do governo do ex-presidente, agora pastores evangélicos foram presenteados com o documento. A concessão irritou militantes gays da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, ABGLT, que fizeram pedido similar ao Itamaraty esta semana.
 
Os portadores do passaporte diplomático não estão isentos de obrigações aduaneiras durante as viagens mas recebem tratamentos especiais como não pegar filas e facilidade na obtenção de vistos. Nesta semana, seis líderes religiosos ganharam o passaporte especial: Samuel Cássio Ferreira e Keila Campos Costa, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus; Romildo Ribeiro Soares, R.R.Soares, e Maria Magdalena Bezerra Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus e Valdemiro Santiago de Oliveira e Franciléia de Castro Gomes de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus.
 
“Tendo em vista que a ABGLT também atua internacionalmente, tendo status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas, além de atuar em parceria com diversos órgãos do Governo Federal, vimos solicitar que sejam concedidos da mesma forma passaportes diplomáticos para integrantes da ABGLT”, diz o ofício assinado pelo presidente Toni Reis, que pede ainda a inclusão dos cônjuges. Uma lista com 14 nomes de militantes para receberem os passaportes diplomáticos foi encaminhado ao órgão. O Ministério das Relações Exteriores prometeu avaliar o pedido.  A ABGLT afirmou que levará o caso ao Ministério Público caso a solicitação seja negada.
 
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