Jurista e ex desembargadora gaúcha faz vídeo de resposta ao pastor Silas Malafaia

A gaúcha, desembargadora aposentada e advogada especialista em Direito Homoafetivo, presidente da Comissão Nacional da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, Maria Berenice Dias, gravou um vídeo resposta ao pastor Silas Malafaia. O ministro da Igreja Vitória em Cristo deu entrevista polêmica para a jornalista Marília Gabriela, exibida neste Domingo, no SBT. O pastor criticou o movimento gay e usou a Bíblia para dizer que tem direito a ser contra a homossexualidade e expressar a sua crença. Afirmou ainda que ser gay é uma escolha, e que não existe ordem cromossômica homossexual e que se trata de uma questão comportamental.
 
“A gente na vida, só pode falar daquilo que sabe. Tu diz que conhece a Bíblia, que lê a Bíblia, que a única fonte de conhecimento é um livro de 2 mil anos atrás. Eu não vou discutir isso contigo, porque eu não conheço a Bíblia. O que eu conheço é o Direito”, começa o vídeo ela que já foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz junto com um coletivo brasileiro de mulheres e foi magistrada por mais de 35 anos, com destaque em sua atuação pelas mulheres e minorias.
 
“Todas as afirmações que tu fizeste sobre os direitos dos homossexuais, está errado” diz a desembargadora que inventou o termo homoafetivo, fundou as Comissões da Diversidade da OAB que produziram o Estatuto da Diversidade, projeto com um conjunto de leis e reformas que garantem a igualdade de direitos dos homossexuais no Brasil. “As pessoas tem direito de serem aquilo que são. Tem direito de serem respeitadas”, afirma a jurista.
 
Ela lembra a violência no país e alguns fundamentos dos direitos e a importância de uma legislação que reconheça a cidadania da comunidade homossexual e seus direitos iguais. 
 
“Eu não me meto a discutir a religião. Agora, por favor, não te mete a discutir genética, que já fostes contestado. Mas também não te mete a discutir Direito. Homossexuais nesse país ainda são quase considerados seres nem é de segunda categoria, são seres de categoria nenhuma, porque não tem direitos, não tem leis. Nós não podemos dizer que vivemos em um país livre, em um país democrático, que respeita as pessoas, se algum segmento desta população independentemente das motivações que sejam possa ficar fora da tutela do Estado e só isso que os homossexuais querem”, defende Maria Berenice que contesta ainda o modo que o PLC 122 vem sendo abordado pelo pastor e diz que chega ser irresponsável pregar tais inverdades.

“Não tem o que tu possa dizer, que possa tirar o Direito das pessoas buscarem os seus direitos. Assume Silas as tuas responsabilidades e deixa o Estado assumir as dele. Deixa os homossexuais irem em busca de seus direitos a cidadania, aos seus direitos à igualdade”, pede a jurista gaúcha.  “As pessoas tem direito de ser aquilo que são. Elas tem, basicamente, o Direito de serem respeitadas”, adverte a jurista.

 

Assista o depoimento: 
 


 
 
 
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