Segundo informações da imprensa local, um homem gay de 23 anos foi brutalmente assassinado na cidade de Volgogrado, Rússia. Ele teria sido espancado até a morte e violentado com uma garrafa de cerveja, além de ter seu crânio esmagado. O corpo do jovem foi encontrado na manhã da última sexta-feira, dia 10, despido, no pátio de um conjunto residencial.
A polícia prendeu dois suspeitos, na casa dos 20 anos, que já teriam registro por crimes homofóbicos. O oficial Andrey Gapchenko, que investiga o caso, afirmou a uma rádio local que após a prisão os três rapazes confessaram o crime. “Tudo aconteceu por causa das preferências sexuais não tradicionais dele. Ele contou aos homens sobre isso quando eles estavam bebendo juntos. Eles não aceitaram, ficaram agressivos e começaram a espancá-lo”, contou o policial.
Na Rússia, a questão homossexual é um tabu e admissões como esta do delegado são raras. Segundo um ativista local, Nikolay Alekseyev, um dos líderes da comunidade LGBT na Rússia, o país ainda é extremamente homofóbicos, o que vem sendo seguido pela polícia local. “Aquele caso monstruoso que aconteceu em Volgogrado mostra o fruto da política homofóbica que está sendo seguida no país, parte da qual é a iniciativa de proibir a propaganda sobre homossexualidade”, disse Alekseyv à agência de notícias Interfax.
A Rússia descriminalizou a homossexualidade em 1993 mas há uma onda de homofobia no país, empurrada por nacionalistas e religiosos. Tramita no Congresso russo um projeto de lei que visa acabar com toda e qualquer promoção que cite a comunidade homossexual ou gays, seja por mídia escrita ou televisiva, ou ainda manifestações populares e conversas privadas. O projeto causa polêmica e é visto de forma “cautelosa” por parte dos parlamentares do país, sobretudo por causa da pressão internacional.