A frente do Parlamento russo se transformou na manhã desta terça-feira em um palco de guerra. Manifestante contra e a favor de uma lei que proíbe informações sobre homossexualidade para menores de idade criou polêmica no país, que registrou nas últimas semanas dois violentos assassinatos de homossexuais. A lei acabou passando no Parlamento russo com 434 votos a favor, nenhum contra e apenas uma abstenção.
A lei tem forte apoio de todos os partidos políticos e da Igreja Ortodoxa russa e deve ser aprovada em breve. A nova lei segue para a Câmara Alta e para a sanção presidencial. Se aprovada da forma que está, quem falar sobre homossexualidade ou trocar carícias na frente de menores de idade (18 anos) receberá altas multas e podem ser presos em caso de reincidência. A lei proibiria por fim as paradas gays em todo o país.
Um projeto de lei semelhante foi aprovado em São Petersburgo há dois anos e acabou virando um projeto nacional. A nova lei cria estigma em toda a comunidade gay, que passará a viver no armário. Apesar de não ser crime ser homossexual na Rússia desde a extinção da União Soviética, os nacionalistas e ortodoxos não veem com bons olhos os movimentos de liberdade sexual e afirmam que é uma influência negativa do Ocidente em sua cultura.