Alan Turing “pai” da computação e gay pode ser perdoado pelo governo britânico

Uma carta assinada pelo físico Stephen Hawking, o astrônomo Martin Rees e Paul Nurse, presidente da Royal Society, e outros nomes de peso, foi encaminhada no ano passado ao gabinete do primeiro ministro inglês David Cameron, pedindo o perdão a Alan Turing. O documento se refere a Turing como “o mais brilhante matemático da Era Moderna”. A carta pede que sua reputação não seja mais manchada. Esta semana, a Câmara dos Lordes respondeu que pretende fazer a justiça histórica e incluir o nome de Turing nos livros e dar o perdão oficial.

Por ser homossexual, ele foi condenado pelas leis da época e sofreu castração química, morreu após se envenenar com uma maçã com cianeto, aos 41 anos de idade. Seu legado é lembrado discretamente na logo da empresa Apple: uma maçã mordida. Foi ele quem durante a Segunda Guerra Mundial quebrou o famoso código alemão e criou o primeiro computador, na década de 30, aos moldes do computador moderno, com uma tese que padroniza logaritmos na linguagem do computador, agilizando sua capacidade de processar dados. Além de criar um eficiente teste para medir a “inteligência artificial”, concepção criada por ele.

Após a guerra, acusado de fazer sexo com outro homem, foi tratado com hormônios até que em 1954 tirou a própria vida, inspirado na história de Branca de Neve.  Até 1967, o sexo gay era proibido pelas leis vitorianas. Na Inglaterra, 49 mil homossexuais foram condenados pela Emenda Criminal de 1885, entre eles o escritor irlandês Oscar Wilde.

O perdão, 60 anos depois, poderá vir ainda este ano. Em 2009, o primeiro ministro Gordon Brown fez um pedido de desculpas público pelo tratamento desumano dispensado a Turing. Agora a comunidade científica quer o reconhecimento dele como pai da computação e que seja reconhecido o erro de sua condenação.

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