Idosofobia no movimento

Há alguns anos, dentro do movimento gay, existe uma campanha contra o professor Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia. Idoso, aos seus 67 anos, o mais antigo militante gay brasileiro vem sendo atacado e chamado de gagá, velho, entre outros adjetivos por pessoas mais novas que se acham no direito de usar tais críticas como argumentos em debates de idéias. Uma vergonha. Recentemene, até o nosso querido presidente do Conjuve, Conselho Nacional da Juventude, deu declarações condenáveis.

O professor Mott, mestre em Etnologia pela Universidade de Sorbonne, Doutor em Antropologia pela Unicamp, pode sim ter idéias mais radicais, pode sim ter uma figura de poder ameaçadora por sua importância, pode sim cometer deslizes pela sua idade, mas não podemos de alguma maneira tentar diminuir sua importância ou histórico, em razão de sua idade. É um crime desnecessário, tento em vista que o inimigo é o preconceito, ao qual essas atitudes mesmo recorrem.

Todos, se tudo der certo, um dia seremos idosos. O movimento gay precisa aprender esta lição, de respeito, e parar de gastar forças importantes. A idade ameaça os mais jovens, que acham que tudo sabem. Jovens atacam os idosos, com medo do próprio futuro. É como um homossexual enrustido que detesta os afeminados. A idosofobia é uma erva daninha no movimento. Direito a opinião deve ser respeitado, esta é a nossa bandeira. E jamais devemos faltar com respeito ou validar um preconceito, seja contra quem for.  O mesmo vale para a comunidade, que exila o idoso gay, como se a juventude fosse o auge da vida e a terceira idade a morte social.

Fica aqui nossa solidariedade.

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa