Em sua despedida do Rio de Janeiro após a maratona da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco concedeu na manhã de hoje uma entrevista aos jornalistas, por mais de uma hora, respondendo abertamente aos profissionais da imprensa dentro do avião que o levou a Roma. Francisco encontrou os jornalistas na classe econômica e ao responder uma das perguntas defendeu o respeito aos homossexuais e disse ainda que o problema são os lobbys e interesses escusos de grupos políticos, econômicos ou até religiosos. O papa agradeceu a recepção no país e considerou a viagem internacional, sua primeira no papado, como um sucesso.
O papa argentino comentou as perguntas sobre a crise de corrupção no Banco do Vaticano, sobre seus hábitos humildes, sobre os tabus da igreja e sobre sua primeira viagem. Ao ser perguntado “O que o senhor pretende fazer em relação ao monsenhor Ricca e como o senhor pretende enfrentar toda esta questão do lobby gay?”, o papa deixou claro que não é um lobby gay no sentido de gays atuando dentro do Vaticano, mas de uma agenda supostamente defendida por uma pessoa, não um grupo. Disse o papa: “Sobre monsenhor Ricca, fiz o que o direito canônico manda fazer, que é a investigação prévia. E nesta investigação, não há nada do que o acusam. Não achamos nada. É a minha resposta. Mas quero acrescentar uma coisa a mais sobre isso. Tenho visto que, muitas vezes na Igreja, se buscam os pecados de juventude, por exemplo. E se publica. Abuso de menores é diferente. Mas, se uma pessoa, seja laica ou padre ou freira, pecou e esconde, o Senhor perdoa. Quando o Senhor perdoa, o Senhor esquece. E isso é importante para a nossa vida. Quando vamos confessar e nós dizemos que pecamos, o Senhor esquece e nós não temos o direito de não esquecer. Isso é um perigo. O que é importante é uma teologia do pecado. Tantas vezes penso em São Pedro, que cometeu tantos pecados e venerava Cristo. E este pecador foi transformado em Papa. Neste caso, nós tivemos uma rápida investigação e não encontramos nada.