O pastor da Igreja Vitória em Cristo, fundada por ele mesmo, Silas Malafaia (esq.), entrou com queixa crime no 16º Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro, acusando o militante gay Toni Reis (dir.) e a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (ABGLT) de terem manchado a sua reputação, que foi “imensamente ofendida” depois que o Ministério Público Federal acatou queixa crime de Reis e da ABGLT contra o pastor, por dizer que suas declarações incitavam a violência contra homossexuais. A ação foi contestada e encontra-se em julgamento, após o MPF recorrer. Agora, o pastor quer configurar os crimes de injúria e difamação contra o ativista.
Ele alega que foi injustamente tachado de homofóbico, mesmo depois de afirmar que “sente repulsa” ao ver um casal gay, que ama os homossexuais como “ama os bandidos”, entre outras declarações polêmicas, como a que motivou o processo extinto, em que dizia para a Igreja “baixar o porrete” nos gays, por usarem imagem alusiva aos santos católicos em uma campanha pelo uso da camisinha, em 2010. O crime de injúria se refere ao prejuízo causado a imagem de uma pessoa ao atribuir a ela fato não verdadeiro. A difamação é toda atribuição de adjetivo que possa ferir a sua imagem.
“A notificação judicial foi entregue na sede do Grupo Dignidade na última sexta-feira, 26 de julho de 2013, e pretendemos utilizar o prazo de dez dias para preparar a defesa. É importante salientar que, ao contrário do que alega Malafaia, o Movimento LGBT não teme o debate. Responderemos ao pastor de forma ordeira e pacífica, como sempre o fizemos”, afirmou em nota o Grupo Dignidade. O processo de crime contra honra movido pelo pastor chegou a ser negado por falta de informações, mas foi acatado pela Justiça carioca depois de reapresentado.