Elke Maravilha sobre homofobia de conterrâneos: “Não leve os russos a sério” e sobre Feliciano: “Não perderia meu tempo com esse homem”

A artista nascida na Rússia que veio durante a infância ao Brasil, naturalizada brasileira, Elke Maravilha, se apresentou neste Domingo do Side Caffe, em Curitiba, em festa especial de aniversário do proprietário do estabelecimento, Beto Martins. Em sua visita, ela conheceu uma sósia, a qual adotou como “filhinha”, a “Elke tem Para Hoje”, personagem de Kauane Karas e falou sobre cultura gay e homofobia. “Tem gente que acha que eu sou travesti”, divertiu-se ela que respondeu perguntas do público. Elke afirmou que teve um marido curitibano, Sasha, e que perdeu a libido na “periquita”, e por isso não se casará mais. a atriz distribuiu selinhos aos fãs e atendeu pacientemente a todos.

Aos 68 anos, ela contou que seu primeiro contato com o mundo gay foi na fazenda em que cresceu em Minas. Seu pai a levou para ver um touro cobrir outro touro e explicou que assim não interromperiam a lactação das vacas leiteiras da família. “Hoje as pessoas vivem em grandes cidades e não tem contato com a natureza”, afirmou ela que depois disse que viu patos gays, galos, e outros animais machos transando e que aquilo sempre foi natural para ela. Elke disse ainda que nunca teve um relacionamento com outra mulher mas que foi por falta de vontade mesmo.

“O que você diria para o Marco Feliciano?”, perguntou um fã curioso. “Eu não perderia meu tempo com esse homem”, disse a artista que afirmou ainda que os gays vieram ao mundo para cuidar e fazer arte. “A mãe natureza é perfeita”, disse ela que ainda declarou que não gostaria de viver se não tivesse os gays no mundo. Ela falou ainda de Deus, ao qual o poeta citou Fernando Pessoa: “Tenho em cada canto da minha alma um altar para um deus diferente”. 
 

Perguntada pela Lado A sobre o que ela pensa sobre a lei russa que proíbe a propaganda gay no país em que ela  nasceu ela riu e respondeu: “Eles são loucos. Não leve os russos a sério, vamos levar a sério os brasileiros. Os russos são como geminianos, hoje é e amanhã não é mais”, afirmou a artista que em segue com seu show “Do Sagrado ao Profano” em que interpreta canções “de Vila Lobos a Falcão”, com músicas em diversas línguas e ainda textos e poemas.

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa