A homofobia nos estádios é algo cultural do nosso país mas o Grupo Identidade de Luta pela Diversidade Sexual entendeu que a torcida organizada Camisa 12, do Corinthians, ultrapassou a linha da legalidade e respeito. Sediado em Campinas, a entidade abriu na última quinta-feira um processo criminal contra a Torcida Organizada Camisa 12, que ao criticar o beijo gay dado pelo jogador Emerson Sheik, e publicado em seu Facebook em protesto contra o preconceito, acabou ofendendo a todos os homossexuais.
O grupo foi até o Centro de Treinamento corintiano do Parque Ecológico com faixas contra o atacante que diziam: “Vai beijar a p.q.p. Aqui é lugar de homem”, “Respeito é pra quem tem” e “Viado não”, além de gritarem coisas como “Viado não aceitamos”, “Viado é lá no Morumbi” e “Vai beijar mulher, c…”, entre outras ofensas.
Para a entidade, “As faixas exibidas na “manifestação” e as declarações de intolerância à homossexualidade enquadram-se nas condutas descritas no artigo 2º, incisos I, II e VIII, da Lei Estadual nº 10.948 de 2001 – que “Dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual e dá outras providências”. O grupo já entrou na Justiça e ganhou outra ação contra uma torcida organizada, na ocasião contra a Torcida Organizada “Dragões da Real”, de torcedores do São Paulo Futebol Clube, por manifestação homofóbica contra o atleta Richarlyson, hostilizado pelos torcedores.
A denúncia foi encaminhada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania (no caso da denúncia de homofobia com base na Lei Estadual nº 10.948 de 2001) e perante o Ministério Público do Estado de São Paulo (no caso da representação criminal).