A residência de um cidadão britânico em Porto Príncipe foi atacada e cercada por dezenas de homofóbicos neste fim de semana. No local, o estrangeiro realizava uma cerimônia de compromisso com seu companheiro haitiano. Até a chegada da polícia, uma multidão cercou a casa e tentou invadir a propriedade, que foi depredada e atacada com coquetéis molotov e pedras. Diversas pessoas ficaram feridas e dois veículos acabaram incendiados.
Max trabalha na Cruz Vermelha e preferiu não se identificar ou falar publicamente sobre o caso para não deixar seu parceiro mais vulnerável à violência. O protesto foi coordenado por religiosos de diversos segmentos, sobretudo por protestantes munidos de Bíblias. As janelas da casa em que o casal vivia foram completamente destruídas. O ataque ocorreu na noite de sábado, durante festa de celebração da união e a polícia salvou o casal da morte certa.
Apesar de não ser crime ser gay no Haiti, desde junho, quando foi espalhado que o país poderia discutir o casamento igualitário, conservadores e religiosos extremistas passaram a responder com terror as tentativas de reconhecimento dos direitos gays no país. O grupo Haiti Coalition of Religious and Moral Organisations reúne Protestantes, Católicos, Mulçumanos e praticantes do Voodoo. No mês passado, mais de mil pessoa desfilaram nas ruas de Porto Príncipe para protestar contra o casamento gay e promover a homofobia com base em escrituras religiosas. O governo do país caribenho condenou publicamente os ataques mas pouco foi feito para prender os agressores ou coibir a violência.