Documentário Bridegroom mostra história de amor, preconceito e tragédia de jovem casal gay norte americano

Em 2012 contamos a história de Tom e Shane, dois jovens que se amavam mas que por causa do preconceito da família de um deles, foram separados. Em depressão, Tom se matou em um dia comum, desabando o mundo de Shane.  A história virou o lindo e premiado documentário Bridegroom de Linda Bloodworth-Thomason, que acabou de estrear nos EUA. Com mais de 300 mil dólares arrecadados no site Kickstarter, recorde, o filme foi executado e foi ao ar na rede de Oprah Winfrey, que comprou os direitos sobre o lançamento do vídeo. Se você quer chorar, veja os vídeos abaixo, postados em 2012, quando Shane foi negado de entrar no funeral de seu amado e toda a história começou a ser contada.

Shane Bitney Crone, 26, nasceu em Montana. Ele e Tom (à dir.), 29, viveram juntos por 6 anos em Los Angeles, onde se conheceram. Eles namoraram, abriram um negócio, compraram uma casa e viajaram o mundo. Adotaram um cão e tiveram uma vida de casados. A família de Shane sempre amou Tom Bridegroom, mas os pais de Tom jamais aceitaram o fato de ele ser gay. Seu pai chegou a apontar uma arma a sua cabeça quando ele saiu do armário e a culpar Shane dizendo que ele havia transformado Tom em gay. A família chegou a dizer que ele deveria ter contado mais cedo, para que eles o levassem ao médico e repetiam que ser gay é pecado. Jovens, lindos e bem sucedidos, o preconceito conseguiu acabar com esse conto de fadas.

Tom Bridegroom, que chegou a ser apresentador do programa da MTV The X Effect em 2006 e 2007, pediu Shane em casamento no ano passado, pouco antes de entrar em depressão. Tom não conseguia conviver com o fato da sua família não o amar mais e, em 5 de maio de 2011, ele caiu de um prédio e faleceu. Sua morte não foi bem explicada até hoje mas há indícios de que ele se matou. Mas a tragédia de Tom ainda não havia terminado. A família de Tom quis levar o corpo do filho para onde moram, em Indiana, e pediu para Shane pagar o translado e todo o funeral. A mãe ainda levou objetos do filho com quem nem falava – Shane deixou, afinal, estava em choque e era a mãe de seu companheiro. Ela levou o filho embora no Dia das Mães.

Shane não pode ir ao enterro de seu amado, pois a família o ameaçou se ele aparece por lá. Ele lembra que não conseguiu informações de Tom no hospital por não ser parente, nem depois para liberar o corpo e que não teve nenhum direito patrimonial. A família de Tom também ignorou Shane, durante o enterro de seu companheiro, ele não foi nem citado. No vídeo de mais de 10 minutos, Shane conta um ano após a morte de seu amor sua história, com imagens dos dois juntos, em muitos momentos felizes. “Isso poderia ter acontecido com você”, diz o título do vídeo que é emocionante e é a nova arma contra aqueles que acreditam que o casamento gay não deve ser legalizado.

Shane foi até onde Tom estava enterrado e o visitou e conheceu o lugar onde ele nasceu, como Tom sempre quis mas não contou nada a família do noivo morto, com medo de ser agredido. Ele acredita que o que aconteceu com ele é um sinal de que ele deve lutar para que a história não se repita, por isso resolveu no dia exato do aniversário da tragédia expor tudo o que passou e incentivar os outros a fazerem o mesmo. Ele coordena a campanha #equalloveequalrights nas redes sociais.

 
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