A coluna “Gloria Responde” do blog da fina Gloria Kalil, autora de livros pretensiosos que tentam definir o que é ser chique, criou uma polêmica nas redes sociais na semana passada. A autora, questionada por duas mães sobre como ficaria a valsa, respondeu que o padrinho deveria assumir o papel do pai e dançar com a menina, já que na escola ela fez questão de não contar que possuía duas mães em casa.
Polêmica sem sentido. O comum é padrinhos ou convidados dançarem com meninas órfãs, por exemplo. O pai deveria assumir a valsa, mesmo se a mãe se separou dele, e depois vem o padrinho na ausência dele. Se uma das mães vestir um terno e assumir o papel do pai, também tudo bem. Mas se a menina não quiser, direito dela. A filha decide, a festa é da menina.
“A dúvida dela é: quem dança a valsa dos pais com a menina já que a família é homoafetiva, composta por duas mulheres? “Na escola, nem todos sabem da formação familiar”, diz ela. E nem têm que saber. Ninguém tem nada com isso, não é mesmo? Por isso, o melhor é convidar o padrinho da garota ou um amigo da família para dançar, para que ela se sinta integrada no seu ambiente escolar. Nessa idade, tudo que as garotas querem é pertencer a um grupo e agir de acordo com ele. Cabe aos adultos fazerem pequenas concessões”, diz Kalil, a já que as mães queriam participar da festa.
O site foi acusado de homofobia. Bem, houve uma derrapada na afirmação “para que ela se sinta integrada no seu ambiente escolar. Nessa idade, tudo que as garotas querem é pertencer a um grupo e agir de acordo com ele”, já que a chique prega a discrição e a integração, mesmo que para isso seja preciso “omitir”. Mas Kalil foi chique e respondeu com o que reza a tradição, afinal, ela não foi perguntada sobre isso?
As pessoas devem ter direito de expressar suas opiniões. Homofobia é quando elas agem intencional e diretamente de forma a desqualificar ou menosprezar os gays, cercear acesso ou direito. Chique é ser autêntico, e quem é autêntico não pergunta a opinião dos outros…