Mato Grosso do Sul: MP denuncia fazendeiro que agrediu, torturou e tentou arrastar filho gay de 16 anos com camionete

Esta semana, o Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul denunciou um pecuarista de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, por ter espancado, torturado e ameaçado matar o filho gay de 16 anos, em julho deste ano. O crime aconteceu depois que o pai descobriu que o filho é homossexual e trancá-lo em um quarto, onde foi espancado e depois ameaçar arrastá-lo na traseira de seu veículo ao levá-lo ao hospital. O delegado responsável pelas investigações, Paulo Henrique Rosseto de Souza, tipificou o inquérito como crime de tortura e injúria.

A denúncia foi feita pela promotora da 5ª vara de Três Lagoas, Daniela Araújo Lima da Silva, e corre em segredo de justiça. O pai teria dito ainda que o menino estava com “o demônio no corpo” e que iria arrastá-lo na traseira do carro se ele não “virasse homem”. O pecuarista chegou a amarrar as pernas do filho. A mãe do rapaz seguiu em defesa do filho e esta separada do pai após o incidente. O rapaz estaria sofrendo de depressão e está com a saúde debilitada em razão dos traumas psicológicos que viveu.

O caso expressa bem a violência doméstica contra adolescentes homossexuais, raramente exposta em público, mas que causa sequelas duradouras nos jovens homossexuais que encontram na figura daquele que deveria ser seu protetor o próprio agressor. O caso recebeu grande repercussão e a população local está indignada com a postura do pai, que foi capaz de praticar tamanha crueldade com o próprio filho.
 

O caso com certeza será um marco nos direitos dos jovens homossexuais do país, que muitas vezes ainda precisam lidar com o preconceito e o abandono dentro de casa.
 
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