Sede do PP em Porto Alegre é alvo de beijaço por conta de deputado ruralista homofóbico

Em Novembro, o deputado Luiz Carlos Heinze (PP RS) declarou: “quilombolas, indígenas e homossexuais são tudo o que não presta na sociedade” em reunião sobre a demarcação de terras para indígenas, com produtores rurais no município de Vicente Dutra, na Região Norte do Rio Grande do Sul, pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A declaração gerou mal estar no partido e protestos no mês passado quando o vídeo veio a público e os protestos se intensificaram. Nesta última quinta feira, 50 ativistas dos grupos Liga Brasileira de Lésbicas, União Nacional dos Estudantes (UNE), Grupo Desobedeça, Grupo Juntos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e da União da Juventude Socialista (UJS) promoveram um beijaço em frente à sede gaúcha do Partido Progressista (PP), em Porto Alegre.

Com cartazes e pedido de renúncia do deputado, os manifestantes se reuniram na Esquina Democrática.  Os ativistas ainda lembraram que o PP aloca outro político contra os homossexuais, Jair Bolsonaro, do Rio de Janeiro. Os manifestantes foram convidados pelo presidente estadual do partido, Celso Bernardi a entrar na sede para conversar mas eles preferiram continuar com a manifestação que terminou com beijos entre pessoas do mesmo sexo. Em nota, o PP afirmou que não compactua com atos de preconceito ou de incitação a violência contra qualquer grupo ou minoria e que o parlamentar se manifestou em nome de seu mandato e não da sigla.

“No mesmo governo, seu Gilberto Carvalho, também ministro da presidenta Dilma, estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta, e eles têm a direção e o comando do governo”, afirmou o parlamentar na ocasião. Em entrevista ao Jornal Zero Hora, na semana passada, Heinze afirmou que não se arrepende do que disse e que não tem preconceito. “Isso foi força de expressão. O que eu estou dizendo é que lá dentro se aninham essas coisas. Todas as coisas ruins estão ali. Esse tipo de coisa. Não sou contra índio. Defendo os índios e os quilombos, mas em um processo decente”, afirmou ele. E ainda: “Esses movimentos todos estão ali dentro. Eu não sou contra. Se quer ser bicha, se quer ser lésbica, eu não tenho problema nenhum”, afirmou o parlamentar.

 

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