Absurdo: Família espanca rapaz gay de 23 anos e, acuado, menino de 15 anos diz que foi violentado

Acusando um jovem de 23 anos de abusar de V., de 15 anos, tios e a mãe do menino marcaram um encontro em São Carlos, interior de São Paulo, e agrediram o rapaz em praça pública até a chegada da polícia nesta segunda-feira. A família encontrou a conversa do menino com o rapaz e arquitetou a agressão. Os dois se comunicavam há uma semana e mantinham um relacionamento amoroso às escondidas. A família não aceitou o relacionamento e acusa o homem de seduzir e violentar o menino, que declarou que foi vítima de violência sexual.

O homem foi agredido com socos e pontapés na Praça Brasil, na Vila Nery, em São Carlos pelos familiares. A família ameaçou o rapaz de morte e o chama de estuprador, bandido e pedófilo. A mãe diz: “Vai criar um filho pra um vagabundo desse pegar”. Desolada, a mãe chora enquanto os irmãos e esposo ameaçam o rapaz de morte. Os policiais militares algemaram o rapaz e todos seguiram para a Delegacia da Mulher da cidade, que também atende os casos que envolvem vítimas menores de idade.

A agressão na praça foi gravada e exibida por um site jornalístico local. Em razão do menino ter 15 anos e agir por vontade própria, como mostram as mensagens trocadas entre os dois, não configuraria abuso. Segundo a lei, apenas menores de 14 anos de idade são vulneráveis, e a corrupção de menores seria configurada apenas mediante ameaça ou pagamento por favores sexuais. A reviravolta do caso se dá agora que o menor acusa o homem de o ter obrigado a praticar sexo contra sua vontade. Claramente, o rapaz atende aos pedidos da família, já que mantinha conversas no celular em que dizia que amava o suposto agressor.

A Lado A conversou com a Dra. Denise Gobbi Szakal, da Delegacia da Mulher de São Carlos, que informou que foi lavrado um boletim de ocorrência de violência sexual já que o menor afirmou que foi forçado a praticar sexo com o acusado. A violência sexual é crime e independente da idade da vítima. O acusado foi liberado e as investigações prosseguem já que não há flagrante. Outro boletim de ocorrência de agressão foi registrado no 1° DP pelo homem contra a família do menor.

Para o G1, a mãe do menor afirmou que a agressão foi por parte de populares e que já sabia que seu filho era homossexual e que esta não é a questão. Ela afirma que o filho foi convidado a ir ao cinema mas acabou violentado pelo comerciante. “Aí quando meu filho topou, ele levou meu filho para uma construção e o violentou. Eu sempre soube da opção sexual dele (do filho), nós não somos homofóbicos, mas isso para mim foi estupro”, teria afirmado a mulher.

Confira a agressão:

 
 
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