A mãe superprotetora, a melhor amiga, o novo rapaz que chega na escola, o amor que nasce inocente. Leonardo é fofo e logo o espectador já faz parte de sua torcida. As maldades que fazem com ele por ser cego criam uma ansiedade sobre o que fariam com ele se descobrissem que ele é gay. Mas tudo vai se desenrolando de forma sutil e bonita. A ficção e a arte tem esse poder de nos trazer o positivismo frente a catástrofe, de nos abrir novos horizontes e nos educar.
O interessante do filme é entender como funciona a vida do menino cego. Como os cegos podem ser autossuficientes e como nós achamos que eles precisam de tratamento especial, enquanto o que eles buscam é levarem uma vida normal. O mesmo vale para o menino gay que sem vitimismo se impõe de forma protagonista, contornando os obstáculos, assim como o menino cego. A beleza do filme está nesse ponto. O menino é diferente desde que nasceu, quer ser independente mas o julgam antecipadamente. Ele quer apenas ser ele mesmo, alheio a maldade do mundo e preconceitos, pois em nada eles o ajudam. Uma “visão” de mundo de um menino cego e gay que nos mostra como somos imaturos e ingratos com a nossa vida tão “fácil” frente o que a realidade impõe a Leonardo.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho recebeu o prêmio Teddy de melhor longa para um filme com temática LGBT no Festival de Berlim, onde estreou, e ainda o prêmio da crítica de melhor filme da mostra Panorama, foi eleito ainda pelo público o segundo melhor filme de ficção da Panorama. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é baseado no curta “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, com os mesmos atores.
Confira o trailer: