Suprema Corte da Índia reconhece terceiro gênero

As transexuais e travestis indianas, mais conhecidas como “hijras”, categoria a qual também se incluem os eunucos, conseguiram na Justiça o direito de serem consideradas um terceiro sexo e, por conseguinte, não serem enquadradas na lei que pune a homossexualidade, resgatada no ano passado e que tornou o sexo gay ilegal no país. Agora, as transexuais poderão se enquadrar em “outros” e não apenas nos gêneros masculino e feminino. Apesar da decisão ser controversa, foi comemorada pelas hijras do país que assim como as transexuais e travestis dos outros países em desenvolvimento que vivem na marginalidade em sua maioria.

Além do reconhecimento, a corte pediu ao executivo que melhore o atendimento às pessoas do terceiro sexo, reservando vagas na administração pública e cotas sociais. Em um país em que a homossexualidade é criminalizada com pena de até 10 anos, a vitória da comunidade transexual mostrou o poder político delas no país. Lideradas pela  transexual Laxmi Narayan Tripathi, que participou do Big Brother indiano, a decisão corrigiu um preconceito que data da colonização inglesa. “Hoje pela primeira vez me sinto muito orgulhosa de ser indiana”, disse Laxmi ao saber da decisão. Antes do Século XVIII, transexuais eram vistas por toda a cultura indiana, sendo até a face de muitos deuses hindus e consideradas portadoras de poderes especiais.

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