Tenso: Papa Francisco afirma que crianças devem ser educadas por pai e mãe

Apesar de ter aberto diálogo para as demandas da comunidade gay e ter pregado abertamente contra o preconceito e afastamento dos homossexuais das comunidades católicas, o papa Francisco afirmou em discurso para a delegação “Catholic Child Bureau International” na semana passada que é preciso defender a educação das crianças em uma família com pai e mãe. “É preciso enfatizar o direito das crianças de crescerem dentro de uma família, com um pai e uma mãe, criando um ambiente adequado para o seu desenvolvimento e maturidade emocional. A criança assim amadurecerá num relacionamento complementado pela masculinidade e feminilidade de um pai e uma mãe”, afirmou o pontífice.
“Trabalhar os direitos humanos pressupõe manter a formação antropológica viva, estando preparado sobre a realidade da pessoa humana, saber responder aos problemas e desafios colocados pelas culturas e mentalidades contemporâneas que se espalham pelos veículos de comunicação em massa”, teorizou o papa. Apesar de não se manifestar contra os filhos de casais do mesmo sexo, Francisco afirmou: “as crianças devem ser educadas na complementariedade da masculinidade e da feminilidade de um pai e uma mãe”.

Todo o discurso de Bergoglio é colocado em cheque ao ser analisado seu histórico como bispo de Buenos Aires, quando lutou contra o casamento gay e a adoção por pessoas do mesmo sexo. As declarações do papa geraram dúvida de até onde vai a mudança de discurso com a frase “quem sou eu para julgar”, sobre os gays, em seu retorno da Jornada Mundial da Juventude no Brasil ano passado, que plantou esperança aos gays católicos de que o novo papa seria tolerante à diversidade.

Quando bispo, Bergoglio  afirmou sobre os filhos de casais do mesmo sexo: “pai, mãe e filhos estão em jogo a vida das crianças serão discriminadas em antecedência, privadas de desenvolvimento humano dado por um pai e uma mãe e querido por Deus, está em jogo a total rejeição da lei de Deus gravada em nossos corações”.

A declaração vai contra os estudos sobre filhos de pais do mesmo sexo e ainda contra a idéia de que independente da orientação sexual, os valores morais dos pais são mais importantes. Ou seja, não é a orientação sexual que vai definir o caráter das pessoas.

 

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