A principal demanda do grupo é o reconhecimento dos ex homossexuais e de discordar dos preceitos que afirmam que não existe a reversão da homossexualidade quanto a orientação sexual. Os argumentos geralmente justificam a religião como principal agente desta mudança. A psicóloga Marisa Lobo, que pode ter seu registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná por promover a “psicologia cristã” e o tratamento de gays, ela foi julgada e tem 30 dias para recorrer, afirma que não quer promover a cura gay mas o tratamento de questões que desencadearam uma sexualidade em que a pessoa não é feliz. Mas isso a psicologia jamais proibiu, porém é vedado que se pratique religião com psicologia, ou se promova tratamentos experimentais a fim de promover a cura do que não é doença. Não há problema em ser gay, logo, não deve haver qualquer discurso a fim de causar sofrimento a quem já esta confuso, no caso de pessoas que procurarem um psicólogo, principalmente obrigado por pais. Aqueles que sentem desejo pelo mesmo sexo, estes são sofredores, vítimas de um esquema de imposição heteronormativa, que se aproveitam de um problema de aceitação para convencê-los a lutar contra a própria natureza.
São os chamados cientificamente de homossexuais egodistônicos, são homossexuais que não lidam bem com seu objeto de desejo e não se aceitam como gays. A literatura diz que estes devem aprender a se amar, já os religiosos encontram um prato cheio para promover exorcismos, lavagens cerebrais, tratamentos e preceitos de poder divino, a fim de que a pessoa neutralize estes desejos e haja em conformidade com o que chamam de desejo de Deus, baseados em proibições e condenações bíblicas ou lei natural. Ou seja, promovem a homofobia e convencem uma pessoa em estado emocional abalado a ser aceito, a contar com apoio, a uma felicidade, heterossexual, possível. Certamente, a sexualidade não se resume a dois lados, mas a promoção dos ex-gays se baseiam na idéia de que eles deixaram algo para trás, que seria o mesmo que dizer que todo gay foi heterossexual um dia. Ou seja, reforça que a orientação sexual tem base social, enquanto se é sabido que existem fatores genéticos relevantes. Promove a não auto aceitação e o preconceito.
Mas ex gays existem? Sim… claro… mas o termo é errado: são heterossexuais que tiveram experiências homossexuais. É o mesmo que a transexual que nasce homem mas se sente mulher. Ela opera, recebe ajuda, ganha uma vagina e aparência feminina. Alguns dizem que ela jamais será uma mulher completa, de verdade. Não importa, importa o que ela sente e como se vê. Mas nunca vi uma transexual dizer ser ex-homem. Se é ex gay é porque nunca foi gay. Assim como o gay não pode – poder pode, pois pode tudo, mas não faz sentido, se dizer ex-hétero. E nem a loira do cabelo pintado ser referida de ex-morena. Ex gays existem, claro, mas não faz sentido promover uma identidade que nada mais é do que a heterossexual. “Neo” heterossexuais? Não faz sentido.
O movimento ex gay, liderado pela “possivelmente futura ex-psicóloga” já organiza um Congresso para debater o tema chamado de 1°Grito Ex LGBTT, em Curitiba, e a “cura gay” já ganhou novo projeto de lei para tentar derrubar as proibições do Conselho Federal de Psicologia. Marisa Lobo é pré candidata pelo PSC a deputada no Paraná e além da causa ex gay ela ainda lidera movimentos cristãos contra a liberação da maconha. “Ex”perta! Isso sim faz algum sentido.